Dom Sebastião Lima Duarte
Bispo de Caxias (MA)

Em Cristo Jesus, saudações!

Iniciamos com esta Quarta-feira de Cinzas, vinculados na unidade, a Igreja presente nos quatro ventos da terra, o tempo propício da Quaresma que nos prepara para vivermos da melhor maneira possível a Ressurreição do Senhor, sua Páscoa e nossa também, por participação soteriológica, prelúdio do que nos espera no final de tudo.

Que vivamos bem este grande retiro como o Senhor nos seus 40 dias, muita oração, adesão a vontade do Pai, superando as tentações que nos autossatisfazem em detrimento ao projeto de Deus e aos irmãos, com jejum e abstinência, e esmola caritativa e operosa.

A Quaresma não tem finalidade em si mesma, serve para nos preparar para Páscoa do Senhor, sua Ressurreição que já é nossa vitória, nos possibilitando fazer memória antes de sua paixão e morte.

Desde 1964 a Igreja no Brasil une fé e vida, acrescentando no tempo da Quaresma a Campanha da Fraternidade, que no início estava mais intraeclesia (1964-1972) e depois foi assumindo a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça (1973-1984); assim como as situações existenciais do povo brasileiro (1985-2018).

Continuando a provocar os católicos e pessoas de boa vontade o itinerário da CF continua neste 2019 trazendo o tema Fraternidade e Políticas Públicas e o lema que é sempre bíblico: “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. (Is 1,27). Para não ficar só na reflexão, oração e ação litúrgica, temos o costume de fazer a Coleta Nacional da Solidariedade, sempre no Domingo de Ramos, neste ano dia 14 de abril.

Que nossas paróquias dediquem tempo para momentos celebrativos ligados à penitência e conversão profunda, favorecendo proximidade com atendimento às confissões pra satisfação de que experimenta a misericórdia e o perdão de Deus.

Que o Tríduo de todo o mistério Pascal seja ocasião de ouro da participação do povo de Deus, desde a Ceia e Vigília na agonia do Senhor, passando pelas varias manifestações do povo sobre o sofrimento de Jesus e Maria, e particularmente na Hora Nona, 15h00, Narrativa da paixão e morte de Jesus Cristo, Redentor nosso; sem esquecer a expectativa no sábado do grande Silêncio sobre a terra, até o irromper na mãe de todas as Vigílias, segundo Santo Agostinho, entoando o Glória e o Aleluia, escutando a memória da salvação, nesta noite sem par, que já celebra o grande dia que o Senhor fez para nós: o Domingo da Ressurreição.

Lembramos ainda uma prática tão antiga na Igreja e pouco usual entre nós. Trata-se da oferta e os dons – podendo ser solicitados previamente aos fiéis – que serão apresentados no momento do ofertório na missa da Ceia do Senhor, quinta-feira; eles pertencem aos pobres, devendo ser destinados e entregues a eles. Assim como a Coleta que será realizada na sexta-feira Santa nas paróquias e repassada à Curia, será toda enviada à Nunciatura e servirá para manter os lugares santos na Terra Santa.

Iniciemos bem este tempo de graça e salvação, oportunidade que o Senhor nos dá para exercer nosso ministério ordenado, nossa vida consagrada, nossa vida seminarística, nossa liderança laical, a serviço de Deus e seu povo santo e pecador. Amém!

Em Jesus Cristo,
fiat voluntas tua,
Dom Sebastião Lima Duarte

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