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Obra indicada: |
FITZGERALD, Michel. A Unidade, desejo de Deus. Quarenta anos de diálogo inter-religioso. Vargem Grande Paulista, SP; Editora Cidade Nova, 2008. 270 p. |
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Autor (breve apresentação) : Nasceu na Inglaterra em 1937. Membro da Sociedade Missionária dos Padres Brancos. Presbítero missionário na África e em vários países do Oriente Médio. Eleito bispo, foi secretário do antigo Secretariado para os não-cristãos. De 2002 a 2005 assumiu a presidência do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso. Atualmente é Núncio Apostólico no Egito. |
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Sinopse: Este não é um livro de teologia sistemática nem no formato, nem no conteúdo. Não discorre sobre uma teoria, nem se perde em digressões. É um livro testemunho. Mas perpassado pela sólida teologia do diálogo construída a partir das últimas cinco décadas do século passado. Em forma de entrevista, o autor discorre sobre a experiência com o diálogo inter-religioso em sua atividade missionária e depois no dicastério romano encarregado dessa questão. Depois de apresentar o que chama de um itinerário para o diálogo, começa a expor, segundo o pensamento da Igreja católica, as finalidades do diálogo e seu lugar na missão. O próximo passo é apresentar os fundamentos teológicos do diálogo. Aqui está o cerne do livro. Começa fazendo um excurso histórico do diálogo a partir do Vaticano II, passando pela abertura de Paulo VI e pela prática de João Paulo II. O Concílio abre as portas ao diálogo, proporciona uma mudança significativa na maneira como a Igreja considera as outras religiões. Possibilita o surgimento e o desenvolvimento da teologia cristã das religiões, até se poder afirmar que o diálogo inter-religioso permite participar do respeito de Deus pela liberdade humana e de sua paciência para que seus filhos e filhas, por itinerários diferentes, estejam a caminho em direção à Verdade. Apresenta 1Pd 3, 15-16 e Fl 4,8 como fundamentos bíblicos para o diálogo. Firmeza na própria identidade e abertura para perceber a ação de Deus também fora do cristianismo. O autor faz citações abundantes do Vaticano II, às vezes até repetidas demais. No entanto, aí reside mais uma força dessa obra. Alguém que por anos a fio esteve no centro institucional da Igreja reforça insistentemente que o Concílio ainda tem muito o que dizer a Igreja hodierna, por isso não pode ser esquecido. A vontade salvífica universal de Deus refletida na Escritura e reafirmada pelo Vaticano II é o que move o cristianismo em direção ao diferente. Todos somos irmãos em humanidade, originados no mesmo Deus. Admitindo-se que o Espírito age além dos limites visíveis da Igreja, pode-se constatar que pessoas não cristãs irradiam bondade, honestidade e santidade, coisas que são frutos do Espírito. Depois discorre sobre as exigências e reciprocidade do diálogo expondo o entendimento já pacífico entre os teólogos das religiões sobre essa questão. Merece destaque ainda sua análise da relação entre o cristianismo e o islamismo. Sem escamotear as dificuldades, o autor apresenta-se otimista no avanço do entendimento com essa grande religião. Por fim apresenta boas intuições sobre a espiritualidade do diálogo. O desafio de discernir a presença de Deus nos cristãos e nos não cristãos impulsiona a todos a ajudarem-se mutuamente na descoberta das respostas a divina de estar conosco. |
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Partes principais da obra: Introdução
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Por que essa obra é referencial (justificar): A obra é referencial para a teologia das religiões em nossa lingua por se tratar do testemunho de um dos principais agentes do diálogo inter-religioso na Igreja católica. O autor consegue articular magistralmente as luzes e sombras existentes na prática e na reflexão teológica sobre o diálogo entre as religiões. Seu embasamento quase que exclusivo nos textos do Vaticano II credencia esse livro como uma referência para se perceber por onde deve caminhar uma teologia cristã das religiões sensata e tão necessária em nosso momento histórico. |
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Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua): Pe. Carlos Antonio da Silva. IFITEPS, Nova Iguaçu, RJ |
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