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Obra indicada: |
DUPUIS, Jacques. O Cristianismo e as Religiões – Do desencontro ao encontro. São Paulo: SP; Loyola, 2001, 326 p. |
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Autor (breve apresentação) : Jesuíta belga, professor da Universidade Gregoriana de Roma durante muitos anos e da Faculdade de Teologia de Délhi, na Índia. Sua estada naquele país e seu contato com a milenar tradição religiosa que encontrou fez com que procurasse sistematizar uma teologia cristã das religiões com um viés mais pluralista. As suspeitas levantadas pela Cúria Romana em relação a alguns de seus escritos e depois plenamente esclarecidas não invalidam o caráter referencial de sua reflexão teológica. Faleceu em 2004, em Roma. |
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Sinopse: Já no prefácio, o autor justifica a razão deste livro não conter referências à Declaração Dominus Iesus e a Notificação que ele recebera pouco antes. Como este livro se destinava a um público mais amplo do que teólogos profissionais e especialistas em teologia das religiões, ele optou por manter a estrutura já estabelecida. O autor reconhece que esse livro expressa melhor suas ideias acerca do pluralismo religioso hodierno como um desafio ao cristianismo. O texto evita certas ambiguidades apontadas em seus textos anteriores. Procura se fundamentar em dados mais seguros da revelação e da tradição teológica. Sem desconsiderar os cuidados necessários a uma abordagem teológica das religiões desde a ótica cristã, o autor encara corajosamente o desafio de se perguntar se o pluralismo religioso atual pode ter ou não um significado positivo no plano salvífico universal de Deus. Junta-se a essa questão aquela que procura entender a unicidade da salvação de Jesus Cristo em confronto com uma avaliação mais positiva das outras religiões do mundo e de elas significam para seus membros. Sua opção por um “pluralismo inclusivo” reflete a seriedade de uma reflexão ancorada na genuína tradição eclesial ao mesmo tempo em que se abre à aventura do diálogo inter-religioso. Ao começar a obra apresentando Jesus e a Igreja apostólica, o autor não pretende buscar ai uma fundamentação exaustiva para uma necessária teologia das religiões nos dias atuais. Seu intento é mostrar que não é alheio à prática de Jesus e da comunidade primitiva certa abertura positiva ao diferente. Afinal, a universalidade do Reino de Deus era um dado já apontado pelo Antigo Testamento e confirmado nas palavras e gestos de Jesus, conforme demonstra nos textos bíblicos e em alguns textos emblemáticos da tradição patrística apresentados na obra. A seguir, o autor destaca a virada que o Concílio Vaticano II proporcionou com a Declaração Nostra Aetate, onde se considera positivamente as outras religiões e se abre perspectivas importantes para o surgimento de uma teologia das religiões mais consistente. Por isso o autor apresenta, mesmo que sinteticamente, os principais tratados da teologia cristã a partir do novo paradigma suscitado pelo pluralismo religioso incontornável que vivenciamos. As questões sobre Deus, a cristologia, a eclesiologia e a missão são revisitados a partir desse novo paradigma, sem em nenhum momento se diminuir o peso dogmático que esses tratados têm. Por fim, o capítulo IX apresenta os fundamentos teológicos do diálogo entre as religiões de uma maneira que o cristianismo pode aceitar. É verdade que o “pluralismo de princípio” apontado pelo autor não é ainda um conceito bem esclarecido. Mas, ao menos o caminho está aberto. |
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Partes principais da obra: 1. Introdução 2. Capítulo I – Jesus, a Igreja apostólica e as religiões 1. Jesus e as religiões (O horizonte do Reino de Deus; a universalidade do Reino de Deus). 2. A Igreja apostólica e as religiões (A lei escrita nos corações; o Deus desconhecido; Deus não faz distinção de pessoas; Deus quer que todos os homens se salvem). 3. Capítulo III – O Cristrianismo e as religiões na teologia recente 1. Mudança de paradigma (Do eclesiocentrismo ao cristocentrismo; do cristocentrismo ao teocentrismo). 2. Para um modelo de pluralismo inclusivo (A questão cristológica; uma cristologia trinitária como chave interpretativa). VI e VII 4. Capítulo VI – O Verbo de Deus, Jesus Cristo e as religiões do mundo 1. A ação universal do Verbo como tal 2. A universalidade do Verbo e a centralidade do evento Jesus Cristo. 5. Capítulo VII – O único Mediador e as mediações participadas 3. Salvador universal e Mediador único (A cristologia do Novo Testamento revisitada e interpretada; O rosto humano de Deus; a presença universal do Espirito). 4. Mediação e mediações 6. Capítulo IX – O diálogo inter-religioso numa sociedade pluralista a. O fundamento teológico do diálogo (Mistério de unidade; diálogo e anúncio). b. Os desafios e frutos do diálogo (Compromisso e abertura; fé pessoal e experiência do outro; enriquecimento recíproco). |
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Por que essa obra é referencial (justificar): A obra torna-se um referencial para a teologia das religiões em nossa lingua pela densidade com que aborda questões ainda delicadas. Como a teologia das religiões é uma reflexão em gestação, mesmo algumas posições pouco precisas não diminuem a importância dessa obra como uma referência nesse campo da teologia. |
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Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua): Pe. Carlos Antonio da Silva – IFITEPS, Nova Iguaçu, RJ |
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