Obra indicada:

LIBANIO, J.B. Eu creio – nós cremos: Tratado da fé. São Paulo, Loyola 2002, 478 pp.

Autor (breve apresentação) :

João Batista Libânio: Sacerdote jesuíta, doutor em Teologia pela PUG-Roma, professor de Teologia Fundamental no CES – Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte, e autor de muitas obras no campo da Teologia e da Pastoral, entre as quais Cenários da Igreja, Teologia da Revelação a partir da Modernidade e Introdução à Teologia.

Sinopse:

O livro “Eu creio, nós cremos – Tratado de fé” situa-se na categoria de um tratado de Teologia Fundamental, pois estuda a dinâmica da fé, desde sua moção individual e subjetiva no universo da experiência religiosa (“eu creio”) até sua vivência confessional e comunitária na Igreja (“nós cremos”).

Certamente se constitui como uma valiosa contribuição para todos aqueles que desejam aprofundar e compreender a natureza do ato de crer. Tem como ponto de partida a fé do indivíduo a partir da sua comunidade-Igreja, sem renunciar a dimensão do espírito ecumênico e ao diálogo interreligioso, já que ambos fazem parte da própria natureza da fé católica. Outra dimensão relevante na constituição temática da referida obra é a sua contextualização no ambiente cultural e geohistórico da modernidade e pósmodernidade, com seus reclamos de subjetividade que constituem elementos significativos a serem levados em consideração para quem quer compreender não só o homem, mas todas as dimensões que o constituem na atualidade, inclusive a dimensão da fé.

Nesse sentido, o livro apresenta a Revelação, a Palavra de Deus, como ato primordial da iniciativa divina, que antecede tudo, a qual requer uma resposta livre e incondicional do homem através do ato de fé. É a partir dessa condição de quem crê – eu creio – no seio da comunidade de fé – nós cremos – que se inicia este percurso. Por sua vez, a fé da Igreja e dentro da Igreja só se entende à luz do fato Cristão. A originalidade da Obra está em trabalhar como uma unidade profunda os temas da Revelação e da fé, já que a Revelação atinge o ser humano em sua realidade ontológica. E a resposta é possibilitada pelo próprio Ato Revelador que em seu dinamismo mais profundo visa ser acolhido pela humanidade, correspondendo ao próprio desejo dessa. É a partir dessa abertura que podemos interpretar a revelação. Desse modo o livro em questão quer levar o homem moderno a confrontar sua subjetividade com a revelação, tornando mais reflexo o ato de crer e configurando uma disposição de dar razões da própria fé. É absolutamente importante perceber que o autor quer levar o leitor a descobrir-se inserido no seu contexto sociocultural eclesial, interpelado por uma resposta pessoal.

Tal contexto, segundo Libânio é extremamente complexo e conflitante em relação à fé cristã. As palavras “modernidade” e “pósmodernidade”, de certo modo, irão resumir essa condição plural e diversificada. Em tal contexto o autor tem presente que nenhuma reflexão teológica pode prescindir ou desconhecer a realidade na América Latina. O autor se questiona como se pode crer como pessoa e como comunidade num continente de tanta injustiça social em relação aos pobres.

No entender do autor de “Eu creio, nos cremos: Tratado da fé”, a subjetividade da fé, como toda subjetividade humana constroi a sociedade. Por isso a natureza da nossa compreensão da fé vai necessariamente refletir-se no nosso agir, influenciando numa ou em outra direção. A força da fé é capaz de transformar situações de opressão humana em situais de libertação e dignidade. Além das densas reflexões, ao término de cada capítulo, a obra traz uma reflexão de um autor importante na temática, bem como a sugestão bibliográfica de peso.

Partes principais da obra:

1. Eu Creio

2. Nós Cremos

3. Desafios Atuais

Por que essa obra é referencial ou relevante (justificar):

Porque estuda a dinâmica da fé cristã, desde sua moção individual e subjetiva no universo da experiência religiosa (Eu creio), até sua vivência confessional e comunitária na Igreja (Nós cremos), bem como os desafios atuais do ato de crer.

Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua):

Pe. Francisco de Assis Costa da Silva – Diocese de Caicó-RN, professor da UERN..

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