Obra indicada:

Repensar a Revelação: a revelação divina na realização humana. QUEIRUGA, Andrés Torres, Paulinas, São Paulo, SP, 2010, 495 pp.

Autor (breve apresentação) :

Andrés Torres Queiruga é um dos principais teólogos europeus da atualidade. É doutor em Teologia pela Ponticia Universidade Gregoriana de Roma e em filosofia pela Universidade de Santiago de Compostela na Espanha, onde leciona filosofia da religião. É membro da Real Academia Galega e fundador de Encruzilhada: Revista Galega de Pensamento Cristián.

Sinopse:

O livro Repensar a Revelação: a revelação divina na realização humana é uma tentativa na busca de uma nova compreensão da situação da teologia e do seu reflexo na vivência espontânea e ordinária da fé. Nesta obra está contido não só o problema fundamental de toda teologia, mas também a pergunta pelos fundamentos da cultura do ocidente. Vamos perceber ao longo do trabalho o tratamento correlacional entre as unidades concêntricas relacionadas entre si. Cada uma se organiza ao retor de um tema fundamental, e este desdobra suas possibilidades com certa autonomia, percorrendo todo circulo de sua compreensão. Porém um círculo que não está fechado, mas que, desde seu mais íntimo dinamismo, se abre às questões ulteriores representadas pelos demais círculos, com os quais procura se articular, recebendo deles claridade enquanto lhes oferece a própria. Daí, por um lado, aparecem temas que, por assimilação, agrupam em torno de si a multiplicidade das questões e das referências. Estas – as referências a autores e teorias – não são tanto buscadas entre si quanto integradas organicamente, à medida que seus elementos projetam claridade sobre o todo em construção. Eis porque a insistência na intenção profunda das teorias, para além de sua estrita forma sistemática. Por outro lado, os temas se desenvolvem por si mesmos, numa espécie de crescimento orgânico que busca os caminhos adequados para a sua própria expressão. Daí porque a exposição não segue o esquema escolar tradicional, que com variantes, foi se impondo nas abordagens mais comuns. De grande importância na referida obra é a acepção dada à revelação: Deus se revela sempre, o quanto é possível, em todas as partes e a todas as pessoas e culturas, na generosidade livre e irrestrita de um amor sempre em ato, que quer dar-se plenamente. De modo que os limites na revelação efetiva nascem apenas da
incapacidade e do pecado humanos, que freiam, deformam ou não reconhecem a manifestação divina. É a recepção humana que torna tão obscura e dramática a história da revelação, tanto nas religiões da humanidade como no caminho peculiar da Bíblia. Durante o percurso da obra o autor quer transmitir que o diálogo profundo e aberto com a cultura e a sensibilidade moderna pode levar o homem de fé a fundamentar e solidificar sua fé e vivê-la com gozo em sua grandeza e em seu mistério. Por isso o crente pode proceder com uma abertura e confiança fundamental: que uma compreensão da revelação, profundamente inculturada na comunhão fraternal de um idêntico esforço por fazermo-nos mais plenamente humanos, constitui a contribuição mais honesta para um diálogo profundo. E também a única com verdadeira capacidade de convicção, pois se cremos sinceramente que a revelação desvela a verdade mais profunda do ser humano, sua limpa exposição será o melhor meio para que posso ser reconhecida por todo aquele que busca com abertura. Assim o autor aponta para uma teologia em profunda sintonia com a antropologia humana, a partir da própria revelação.

Partes principais da obra (cf. o índice):

  1. A concepção tradicional da revelação
  2. A concepção tradicional em questão
  3. Apresentação atual do problema
  4. A revelação como maiêutica histórica
  5. 5. A revelação em seu acontecer originário
  6. A revelação cristã como plenitude escatológica
  7. A universalidade da revelação cristã
  8. A universalidade no encontro
  9. A revelação na Escritura e na Tradição da Igreja
  10. Epílogo: Intuições de base e ideias fundamentais

Por que essa obra é referencial ou significativa (justificar):

Porque sua teologia é profundamente marcada pelo sentido histórico das idéias, principalmente, na obediência à Tradição para de novo redizê-la, na liberdade, e no diálogo com a cultura, nas categorias deste tempo. Propõe o diálogo das religiões situando-as num espaço comum, postulando novas categorias – pluralismo assimétrico, teocentrismo jesuânico, inreligionação – e propiciando um nvo espírito de acolhida, respeito e colaboração. Ademais a obra analisa o significado da revelação como Escritura e sua ulterior formalização no dogma e na teologia.

Responsável pelas informações (nome- diocese e Instituição em que atua):

– Pe. Francisco de Assis Costa da Silva, Diocese de Caicó, servindo na Arquidiocese de Olinda e Recife, professor do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Campus do Recife.

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