Aconteceu, entre os dias 5 e 7 de julho, a 22ª Assembleia Pastoral do Regional Nordeste 4 (Piauí), realizada no Seminário de Teologia Sagrado Coração de Jesus. O assessor da Comissão Episcopal para Doutrina da Fé, padre Antônio Luiz Catalan esteve presente durante todo o evento e aprofundou sobre a temática “Diretrizes gerais da ação evangelizadora à Luz do Concílio Ecumênico Vaticano II”.
O encontro reuniu bispos, padres, religiosos, diáconos, seminaristas, o Secretariado do CONSER, membros da Comissão Regional de Presbíteros, coordenadores de pastoral de cada diocese, representantes da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB, representantes do Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB, representantes do setor juventude e da catequese, para discutir como fortalecer as pastorais, movimentos, serviços e organismos da Igreja Católica, visando uma ação evangelizadora mais eficaz.
Na abertura da assembleia, quinta-feira, 05, o bispo dom Ramón Lopes Carrozas, da diocese de Bom Jesus, presidiu a Celebração Litúrgica. Logo após, o presidente da CNBB-Regional Nordeste 4 e bispo de Parnaíba, dom Alfredo Schaffler, deu boas vindas aos participantes e acolheu o novos Bispos do Piauí, dom João Santos Cardoso, da Diocese de São Raimundo Nonato, e dom Jacinto Brito Furtado, arcebispo de Teresina.
Na ocasião dom Alfredo fez uma reflexão sobre as alegrias e esperanças, as tristezas e as angustias dos homens de hoje. E disse que é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos a interpretá-los à Luz do Evangelho. “Vamos conversar com as pessoas das outras dioceses para discutir cada experiência e sua ação missionária. Vamos conhecer mais como está em Oeiras, Parnaíba, Teresina, Campo Maior para se aumentar horizontes, apertar laços entre as dioceses”, enfatizou dom Alfredo.
Ainda na abertura da Assembleia, o bispo Emérito de Teresina, dom Celso José Pinto da Silva, fez uma apresentação sobre o sentido do Concílio Vaticano II a partir de suas memórias. Ele disse que o Concílio Vaticano II foi uma assembleia convocada pelo papa para tratar de assuntos referentes à fé e a questões gerais da vida eclesial. Disse ainda que o Concílio surgiu com a intenção de renovar a Igreja Católica, mas desde o início de seu anúncio pelo papa João XXIII gerou resistência e desconfiança. “Apesar dos 50 anos do Concílio Vaticano II nós temos que nos voltar para ele no sentido mais profundo, nós percebemos o espirito de renovação, abrimos o caminho. Temos que olhar o Concílio como uma fonte de inspiração para nossa caminhada”, disse dom Celso.
Na sexta-feira, 06, o segundo dia da assembleia começou com duas exposições. Uma sobre a conjuntura religiosa do Brasil e outra sobre o Concílio Vaticano II – o porquê das urgências na evangelização. As palestras foram ministradas pelo Assessor da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, padre Antônio Luiz Catalan e pela professora doutora Lurdinha Nunes.
Durante as palestras, os ministrantes falaram sobre pesquisa do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no dia 29 de junho, que indica que, o número de católicos sofreu uma redução na última década, passando de 73,6%, em 2000, para 64,6%, em 2010, mas que essa diminuição vem desacelerando a cada ano. E que o Piauí concentra a maior quantidade de católicos no país com 85,1% de católicos.
De acordo com padre Antonio Luiz Catalan, as pesquisas podem ser interpretadas a partir do processo de desenvolvimento socioeconômico, e disse que, mesmo havendo uma diminuição no número de católicos do país este processo está passando por uma desaceleração.
Dom Alfredo Schaffler ao se referir à pesquisa disse: “Igreja somos e Igreja queremos ser. Nós atraímos as pessoas a partir de nossas vivências, nossa fraternidade e, as cinco urgências das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora nos direcionam para entendermos Igreja como acolhedora, lava pés e é isso que o Concílio Vaticano II nos propõe”.
Durante a assembleia foram apresentados dados estatísticos sobre o crescimento do número de presbíteros no Brasil. De acordo com o assessor, a distribuição do clero aumentou no mundo nos últimos anos. Em dez anos, de 2000 a 2010, esse número passou de 405 mil para 413 mil. No Brasil a distribuição do clero durante esses 10 anos passou de 16.772 para 22.119. Com relação ao Piauí, atualmente, o clero do Regional Nordeste 4 totaliza-se em 370, sendo distribuídos entre Arcebispo, bispos e bispos Eméritos; sacerdotes diocesanos e religiosos, diáconos permanentes e transitórios.
No sábado, 07, último dia da 22ª Assembleia de Pastoral Regional, todos participaram da Santa Missa de encerramento, que foi presidida por dom Jacinto Brito – arcebispo de Teresina.
Durante a homilia dom Jacinto refletiu sobre a importância do Concílio Vaticano II para a caminhada da Igreja e as aberturas que ainda são necessárias. Também destacou a celebração dos cinquenta anos do Concílio, onde a Igreja coloca-se a avaliar o caminho já percorrido e seus frutos, ressaltando que as decisões continuam indicando uma maneira segura para os rumos da Igreja.
Logo após a Missa de Encerramento, os Bispos do Piauí, padres, religiosos e leigos aprovaram o documento final da XXII Assembleia de Pastoral Regional.
Para o Vice-presidente do Regional Nordeste 4 e Bispo de Oeiras, Dom Juarez Sousa, a Assembleia aconteceu em um momento muito abençoado e muito oportuno, “veio tratar sobre as diretrizes da ação pastoral da Igreja no Brasil, neste contexto em que nos centramos dentro das cinco urgências e essas urgências contemplam aquilo que é mais importante em todos os tempos da Igreja, sobretudo a questão missionária, depois a catequese como iniciação à vida cristã, a palavra de Deus na missão da Igreja e depois o serviço social, a caridade, como serviço da vida plena para todos”.
Ao término, dom João Santos Cardoso, bispo de São Raimundo Nonato, apresentou resumo dos principais pontos discutidos durante a 50ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, realizada no mês de abril na cidade de Aparecida (SP).