Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG) 

 

Entre as diversas guerras que assolam o mundo, está em evidência a que acontece entre Israel e o Hamas. Historicamente, no livro do Gêneses encontramos a passagem em que o Senhor confirma a presença de Abraão e de seus filhos na terra de Canaã (Gn 17,8), onde é o Estado de Israel, o Líbano e parte da região junto ao Mar Mediterrâneo. Hoje é terra cobiçada por palestinos e israelitas. 

O Hamas é uma organização política e militar palestina de formação sunita islâmica, que governa a Faixa de Gaza. Os sunitas seguem os ensinamentos de Maomé e formam o maior ramo do Islão, de seguimento islamita, uma religião abraâmica monoteísta centrada no Alcorão e nos ensinamentos de Maomé. São os muçulmanos, a maior população religiosa do mundo depois dos cristãos. 

O projeto de Deus em relação à Terra Prometida é de salvação e não de destruição da vida humana, como está acontecendo na região. O Senhor contou com vários líderes, com Moisés, com Josué, homens fieis à missão de conduzir o povo nos objetivos do projeto. Os líderes de hoje não escutam o Senhor e peregrinam pela via do radicalismo, provocando a morte de tantas pessoas inocentes e indefesas. 

As pessoas não podem ser reféns das próprias vontades, sem levar em conta a coletividade e os ensinamentos divinos. Isto significa que não existe justificativas convincentes para a execução de uma guerra. Falta capacidade das lideranças quanto ao diálogo e negociação e as consequências são fatalmente trágicas e imprevisíveis, porque todos perdem, além de ceifar a vida de muita gente. 

O mundo deveria ser, conforme o projeto de Deus, uma grande comunidade de amor, de superação de todo tipo de ódio e de vingança. Não pode perder de vista que formamos uma grande família, onde a fraternidade e a paz sejam contagiantes. Sem essa realidade, até a célula da sociedade, a vida do lar, fica comprometida. O que falta mesmo é abertura de mente e coração para a mensagem de Deus. 

É muito perigoso o fundamentalismo religioso, porque ele pode chegar a atitudes de radicalismo político, com um viés totalmente despido de valores positivos e critérios de responsabilidade, terminado em atitudes drásticas contra o povo. A Terra da Promessa, sempre em crise entre palestinos e judeus, sofre destruição diante de cobiças religiosas e econômicas, medindo forças por decisões autoritárias. 

 

 

 

 

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