Estamos iniciando o Ano Novo de 2009. O ano que findou teve um desfecho lúgubre do ponto de vista financeiro global. Entretanto, a crise financeira internacional, herdada do ano de 2008 , deixou para a humanidade, em especial para os governantes, uma lição que poderá fazer do ano que começa um ano de caminhos novos, marcados pela noção de responsabilidade e de solidariedade planetária. As ondas – não apenas marolas – do “Tsunami” financeiro, cujo epicentro foram os EE.UU., atingem todos os paises  do mundo. Naturalmente sofrem mais os pobres, os que perdem seus empregos em razão das inúmeras quebradeiras e as conseqüentes demissões de trabalhadores em todo o mundo.

A globalização como fenômeno econômico e cultural tem uma dimensão ética que não pode ser ignorada. Somos uma mesma humanidade e estamos todos envolvidos em uma mesma aventura. As nações que puxam o carro da história não podem ficar indiferentes diante dos problemas que afligem os mais pobres. O Papa Paulo VI nos legou um belo ensinamento em sua encíclica “Populorum Progressio” quando afirmou que o verdadeiro desenvolvimento deve ser do homem todo e de todos os homens. A Igreja Católica, através de seu ensinamento social, vem insistindo com grande vigor na necessidade de uma ordem internacional que favoreça o desenvolvimento das nações pobres. Desenvolvimento, nos recordava Paulo VI, é o novo nome da paz. Desenvolvimento do homem todo e de todos os seres humanos.

O desenvolvimento econômico, científico e tecnológico, se não for acompanhado de um correspondente desenvolvimento espiritual e ético, não trará para a humanidade a paz, fruto da justiça. A cobiça globalizada produziu, sob as vistas complacentes de governantes omissos, sob a alegação de que o mercado se regula a si mesmo, a crise mundial que estamos enfrentando.O Papa João Paulo II lembrou-nos que é preciso globalizar a solidariedade. Para isso precisamos, puxando o carro da história, de homens e mulheres novos, que sejam exemplo para os outros. Certos de que, por vias invisíveis, porém muito reais, nossos gestos e atitudes beneficiam – ou prejudicam – toda a humanidade, sejamos no espaço que ocupamos praticantes da justiça e profetas da solidariedade.

Que a Mãe Maria nos ensine que decisões aparentemente pequenas podem mudar o mundo. A salvação da humanidade esteve, sob seu olhar de mãe, reclinada em pequena manjedoura na gruta de Belém. Seja o Ano Novo para você, irmão(ã), o começo de um Tempo Novo, sob a proteção e a inspiração da Mãe!

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

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