Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal (RN)
Esta foi uma semana muito rica de realizações e de reflexões para a nossa Igreja, especialmente para os nossos presbíteros. Em primeiro lugar, tivemos a alegria de celebrar, no ultimo dia 16, o 70º aniversário da elevação de nossa Igreja à Arquidiocese. Em 1952, quando era Bispo de Natal, Dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas, a nossa Diocese, criada em 1909, foi elevada à Arquidiocese, tendo como sufragâneas as Dioceses de Mossoró (criada em 1934) e de Caicó (criada em 1939). Para nós é motivo de júbilo, de gratidão ao bom Deus e ao seu Filho Jesus Cristo, o Bom Pastor, que nestes 70 anos com a força do Espírito Santo guiou a nossa Igreja. De fato, nesses 70 anos como Arquidiocese e mais de 100 como Diocese, podemos testemunhar a presença beatificante do Espírito Santo em nossas paróquias, pastorais, movimentos e serviços. Deus seja louvado pela ação missionária de tantos agentes pastorais que são exemplos para todos nós hoje.
“Reunida e alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, a Igreja Católica existe e se manifesta em cada em cada Igreja particular, em comunhão com o Bispo de Roma. Esta é, como afirma o Concílio, uma porção do povo de Deus confiada a um bispo que a apascente com seu presbitério” (CELAM. Documento de Aparecida, n. 165). Essa é uma das características da Arquidiocese. E essa comunhão também é visível na Provincia Eclesiástica, realidade vivida desde 1952 com a elevação à Arquidiocese. Igreja como comunhão, vivendo na unidade, testemunhando a fé em Jesus Cristo. Demos graças e louvores ao Senhor por essa comunhão e unidade.
Nesse mesmo dia 16, na Catedral foi celebrada a Ordenação de 8 novos presbíteros para a nossa Igreja. Que grande alegria. Nossa prece para que todos eles se sintam participantes da caminhada, já centenária de nossa Igreja Particular que há 70 anos se tornou Arquidiocese. Sejam bem-vindos novos presbíteros. Que Nossa Senhora da Apresentação como Mãe dos Sacerdotes seja sempre amparo para vocês todos.
Um momento também especial foi o Curso do Clero. Todos os anos acontece uma experiencia de aprofundamento de um tema para nossa formação permanente. Este ano tivemos a assessoria do Pe. Ronaldo Zacharias, salesiano, residente no Estado de São Paulo. O tema tratado foi a integração da afetividade no nosso ministério presbiteral. Diante dos grandes desafios que temos que enfrentar neste campo, é preciso, em primeiro lugar, deixar-se interpelar pela realidade e pela Palavra de Deus. a integração da afetividade nos leva a superar tanto o narcisismo quanto a mediocridade e ser protagonista de um caminho de união com Jesus Cristo e sempre na partilha dos dons e na vivência da caridade fraterna.
Nesta mesma semana, em Roma, se realiza um grande simpósio sobre a teologia fundamental do sacerdócio. Gostaria de compartilhar com todos a mensagem do Papa Francisco dirigida aos participantes do Simpósio. Francisco apresenta como “pilares” para uma vida presbiteral quatro “proximidades” que alimentam a vocação para que haja nos presbíteros uma vida “no estilo de Deus”. São instrumentos concretos “para afrontar o seu ministério, a sua missão e a sua cotidianidade”: “proximidade com Deus”, “proximidade com o Bispo”, “proximidade entre os presbitérios”, “proximidade junto ao povo”. Todas essas “proximidades” tem o seu fundamento na grande proximidade de nosso Deus, não somente junto aos presbíteros, mas a todos os homens e mulheres, a todos os cristãos e cristãs, membros do “povo sacerdotal” que é a Igreja.
Por fim, a realização de nosso encontro mensal, ministros ordenados, religiosos e religiosas e leigas e leigos de nossas paróquias, comunidades, movimentos e serviços. Um encontro sobre a Campanha da Fraternidade e o nosso Plano Pastoral para esse ano de 2022. Que todos tenhamos sempre motivos para seguir adiante na missão.