No dia 15 de agosto, a Igreja Católica celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora. É a festa através da qual a Igreja professa que Maria, a mãe de Jesus, foi elevada “em corpo e alma à glória celeste”. Esta distinção se deve ao fato de Maria haver gasto sua vida terrena em favor de Jesus, merecendo, por isso, também participar da glória da sua Ressurreição.

Nos passos de Maria, desde o princípio da Igreja, há homens e mulheres que “gastam” sua vida no seguimento a Jesus. Fazem isso com o propósito de colaborar intensamente na missão evangelizadora do filho de Maria. São aquelas pessoas que consagram sua vida a Deus através dos votos da pobreza, castidade e obediência. Aquelas pessoas que, a exemplo de Maria, se esquecem de si para servir a Jesus Cristo, e que são conhecidas entre nós, como “irmãos” e “irmãs”. Oficialmente são aquelas pessoas que seguem a “vocação religiosa”.

A região da Diocese de Santa Cruz do Sul deve muito ao trabalho dos religiosos e das religiosas. Durante muito tempo foram eles e elas que administraram os principais hospitais e dirigiram as principais escolas. O Hospital Santa Cruz e o Colégio Sagrado Coração de Jesus eram das irmãs até o final da década de 1990. O Colégio São Luís e a Casa da Criança continuam sendo administrados por irmãos e irmãs. Poucas são as pessoas da região que nunca receberam um apoio de uma irmã ou de um irmão, que nunca tiveram um familiar hospitalizado num “hospital de irmãs” ou um familiar que tenha estudado num colégio de irmãos ou irmãs.

Nos últimos tempos, na medida em que a educação e a saúde estão sendo assumidas por outros grupos, a atuação da vida religiosa vem sendo redimensionada. Sempre mais encontramos os religiosos e as religiosas atuando nas periferias das cidades, onde animam comunidades e promovem ações de solidariedade. Encontramos os irmãos e as irmãs ensinando as mães a cuidarem dos seus filhos, proporcionando-lhes alimentação saudável. Encontramos as irmãs e os irmãos nos mosteiros, onde dedicam generoso tempo à oração e acolhem pessoas para o diálogo, aconselhamento e meditação. Encontramos irmãos e irmãs envolvidos em projetos alternativos que ajudam no sustento da população mais pobre.

Mais do que ações, a vida religiosa se caracteriza pelo “testemunho da absoluta primazia de Deus e de seu Reino”. Ela “se converte em testemunha do Deus da vida em uma realidade que relativiza seu valor (obediência), é testemunha de liberdade frente ao mercado e às riquezas que valorizam as pessoas pelo ter (pobreza), e é testemunha de uma entrega no amor radical e livre a Deus e à humanidade frente à erotização e banalização das relações (castidade)”, (Conferência de Aparecida, n° 219).

Que a Virgem assunta ao céu continue a motivar crianças e jovens a consagrarem suas vidas a Deus através da Vida Religiosa.

Dom Canísio Klaus

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