Manchetes das semanas ilustram requintes de perversidade com que crimes hediondos foram praticados contra mulheres. Os fatos aludidos são inexplicáveis e injustificáveis. Sugerem que os envolvidos sofram sérias manifestações psicopatológicas. A população reage com perplexidade ante as pessoas que, conscientes ou não, apresentam sintomas de esquizofrenias.
Segue-se às perplexidades um silêncio questionador. Como conviver com psicopatas que poderão reproduzir atos insanos? Não é fácil emitir um juízo de valor ante a complexidade de diferentes situações de violências infligidas contra mulheres e crianças. Nossa perplexidade nos leva a refletir com a dor da indignação. Perguntamos: o que fazer?
Acusados de supostos crimes hediondos são orientados por seus advogados de defesa a calar o bico e, assim, não colaborar na apuração dos fatos. Diante da investigação de crimes hediondos como deve proceder a Justiça? Se as possibilidades de apuração se exaurem com o silêncio dos acusados, o que fazer? Sendo os acusados comprovadamente psicopatas, uma vez liberados, não tenderão a cometer crimes semelhantes?
Aumentam atos de sevícia contra mulheres e crianças! Mesmo que os culpados sejam condenados à pena máxima, os meandros do Código Penal serpenteiam o conhecido caminho do benefício do regime de progressão. Preocupa-nos a metodologia utilizada ante a generalização da violência. Pessoas e famílias são destruídas. O povo está apavorado.
Os presídios oferecem aprendizado prático. Tornaram-se escolas do crime. Formam novos psicopatas, obcecados pela fama do sucesso pessoal. Um fato incrível: como pessoas com desvios de comportamento procuram por “presos machões”, comandantes do crime organizado, “experts” do tráfico de armas e drogas pesadas.
Um esquizofrênico teria noção sobre os próprios limites? O surto de psicopatia lhe aciona reações tempestivas. Seu objetivo é conseguir realizar seu instinto. O psicopata não atina com o sofrimento que ele provoca nas pessoas. Botou na cabeça que vai levar a cabo o seu plano, faz o que faz. Acabou a conversa! Não existe para ele qualquer discernimento sobre o que é bom e o que é mau, o que é certo e errado. Cometido o crime, o psicopata não registra atitudes de culpa, remorso ou arrependimento.
A tipologia de determinados criminosos sugere estranhos reflexos de crueldade e frieza em relação à dor infligida às suas vítimas. A dor lhes provoca intenso prazer, como acontece nas relações masoquistas. A insensibilidade característica é uma das múltiplas manifestações de rebelião desenvolvida pelo psicopata no íntimo de si mesmo. Fases de rejeição recebida e acumulada desde a infância são projetadas nas vítimas, feitas “bolas da vez”. Faltaram-lhe afeto e segurança. Agora se vingam.
Penalidades medicinais existem em função da correção e reeducação moral. Porém, como controlar os atos e atitudes do psicopata? Coexistem nele reflexos condicionados, pulsões incontroláveis, ideias de conquistas afetivas, obsessão pelo sucesso pessoal. Psiquiatras e homens públicos da área da segurança e desenvolvimento social estejam com a palavra!
Esperamos pela verdadeira reinserção e retorno ao convívio social de apenados, com a reversão dos quadros degradantes vigentes nos presídios. É inevitável que desequilibrados reproduzam crimes contra o mais precioso dos patrimônios, o humano, além do público. A criminalidade generalizada banalizou-se e se tornou desumana. Passou do limite da insuportabilidade.
