Dom Caetano Ferrari
Diocese de Bauru (SP)
Neste mês vocacional, este domingo é dedicado à vocação da vida consagrada masculina e feminina. A Liturgia nos convida a contemplar a vida consagrada de homens e mulheres que, pertencentes a diversas Ordens Religiosas, Congregações e Institutos de vida consagrada, vivem no mundo, no Brasil e entre nós na Diocese. São os padres religiosos, os freis e freiras, os irmãos e irmãs que seguem a inspiração carismática, profética e apostólica que o Espírito Santo suscitou ao longo dos tempos na Igreja, chamando homens e mulheres a serem fundadores dessas experiências religiosas. Muitos desses fundadores de ontem e de hoje são figuras de grande porte espiritual por sua vida de santidade, consagração, missionariedade e serviço à caridade. Exemplos dos religiosos que estão em nossa Diocese: Missionários do Sagrado Coração do Venerável Jules Chevalier, Franciscanos de São Francisco de Assis, Rogacionistas de Santo Aníbal Di Francia, Marianistas, Inacianos, Irmãos do Sagrado Coração. E das religiosas: Monjas Concepcionistas Franciscanas de Santa Beatriz, Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus da bem-aventurada Madre Clélia Merloni e Religiosas do Sagrado Coração de Jesus.
Como sabemos é da família que nascem todas as vocações para o mundo e também para a Igreja. Particularmente para a Igreja há as vocações aos ministérios ordenados, à vida em família e ao matrimônio, à vida religiosa consagrada, ao laicato em geral e à catequese. Hoje é o dia da vida consagrada das religiosas e religiosos e dos consagrados seculares. Somos convidados a rezar nas intenções dos freis e freiras e demais religiosos e religiosas. Supliquemos ao Senhor para que desperte mais vocações e conceda a perseverança, saúde e paz à multidão dos consagrados que vivem e realizam na Igreja e no mundo o carisma evangélico de suas Ordens, Congregações e Institutos, a profecia evangélica do reino, o serviço da caridade em favor da justiça, paz e integridade da criação, dos pobres e feridos da sociedade, e o trabalho missionário de cooperação com a obra evangelizadora da Igreja.
O terceiro domingo de agosto é Dia Municipal da Família por lei municipal, cujo evento faz parte do calendário oficial de festas do município. Realiza-se hoje pelas ruas da cidade a Caminhada Diocesana da Família. É uma iniciativa da Igreja. O Setor Diocesano da Família coordena a realização do evento e o põe em prática. A Coordenação Diocesana de Pastoral é a instância responsável pela aprovação da programação, supervisiona os trabalhos e articula a cooperação das demais pastorais, em vista do bom êxito da Caminhada. Toda a programação da Caminhada objetiva aprofundar a evangelização da Família, como é nosso sonho. O tema deste ano é: “A Família é nosso Lar e a Natureza é nossa Casa comum”. E o lema: “Fazei tudo o que Ele vos mandar” (Jo 2,5). É oportuno recordar o que dois grandes Papas disseram sobre a família: O Papa Bento XVI disse que “A família é a esperança da humanidade, pois nela a vida encontra acolhida, desde a concepção até seu fim natural”. E o Papa São João Paulo II, que “O futuro da humanidade passa pela família”. O Papa Francisco, falando sobre o matrimônio, resumiu-o no seu essencial, ao afirmar que “Homem e Mulher, na sua reciprocidade de esposo e esposa, são imagem de Deus” (Amoris Laetitia – A Alegria do Amor).
Hoje, na Liturgia, a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu. Que a Virgem Maria, Mãe de Deus, concluídos os dias de sua vida neste mundo, foi elevada em corpo e alma à glória celeste em razão dos méritos da redenção realizada por seu Filho divino. Na base dessa crença está a convicção desenvolvida desde os primeiros cristãos de que não conviria que o corpo daquela que gerou e carregou em seu seio o Filho do Pai eterno sofresse a corrupção da sepultura, por mais suntuoso que fosse esse monumento. Por conseguinte, a fé cristã passou a considerar que no momento final da vida terrena de Maria não teria ocorrido, propriamente falando, a morte, mas apenas a “dormitio”, a dormição, mediante a qual Maria deixou este mundo e subiu em corpo e alma à morada celeste pelo poder do Pai.
O Apóstolo Paulo explica que Cristo ressuscitou como primícias dos que morreram e que depois ressuscitarão os que pertencem a Ele (cf. 1Cor 15,20-27). Ora, a teologia deduz que entre os cristãos vem Maria como primícias; ela é a primeira dos frutos da redenção a participar plenamente da glorificação de seu Filho. E a Igreja proclama que Maria é, sem dúvida alguma, a eleita do Senhor em quem resplandeceu a plenitude da graça, a única criatura sem pecado, a “Imaculada Conceição”, a obra-prima da Trindade Santa, a cooperadora de maneira singularmente ímpar na obra da Redenção. Por isso, declara que Maria já está no céu em corpo e alma junto do Altíssimo Deus, Pai e Filho e Espírito Santo. A Liturgia canta que a Virgem Maria, Assunta ao Céu, é “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, é consolo e esperança do nosso povo ainda peregrino”. Lá do céu, ela intercede por nós.
No Evangelho da Missa – Lc 1,39-56 – que relata a visita de Maria à sua prima Izabel, as palavras de Maria e Izabel exaltam o amor de Deus que realiza maravilhas. Izabel ressalta a grande fé de Maria quando, respondendo ao Anjo, deu o seu “Fiat”. Agora, em resposta a Izabel, Maria canta um hino de louvor ao Altíssimo Deus o “Magnificat”. Ela glorifica a Deus por sua misericórdia e amor para com os pobres, por seu poder que derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Ela, humildemente, reconhece: “Fez em mim grandes coisas o Onipotente e o seu nome é Santo”.
Nossa Senhora da Assunção, rogai pelos religiosos e religiosas. Amém!