XXIX Domingo do Tempo Comum

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)

 

“Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. (cf. Mc 10,45)

A Liturgia do XXIX Domingo do Tempo Comum, nos insere no contexto do serviço, onde aquele que quer ser o primeiro, seja o primeiro a servir, através do amor, da humildade e da caridade. Ou seja, vai ao contrário da lógica do mundo, em que para ser o primeiro necessita de poder e grandeza, afinal o próprio Cristo nos deu o exemplo do serviço aos mais necessitados.

A Primeira Leitura extraída do Livro do Profeta Isaías (Is 53,10-11), nos relata a figura do Servo Sofredor, aquele que é desprezado, humilhado e carregador das dores dos homens, em que este mesmo Servo é o que trará a liberdade e a vida nova a todos os homens, pois “por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas” (cf. Is 53,11).

O Evangelho de Marcos (Mc 10,35-45), Jesus enfatiza aos seus discípulos a importância de vivenciar sua vida voltada para o amor e ao serviço do próximo, condenando a ambição pelo poder, vangloria e grandeza, pois estes são pilares para escravidão da sociedade, opressão e tirania dos pequenos, distanciando do amor mútuo.  “Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (cf. Mc 10,43-45).

A Segunda Leitura dada a Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb 4,14-16), o apóstolo recorda-nos que Deus enviou o seu próprio Filho, Jesus Cristo, que compadeceu de nossas fraquezas, vivenciando a mesma condição que a nossa, exceto o pecado, nos mostrou o caminho que leva a verdadeira misericórdia e vida plena. “Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos (…) aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno” (cf. Hb 4, 14b.16).

Restaurados pela Palavra desta Liturgia, que possamos exercitar o compromisso com o serviço aos irmãos, dedicando a vida para o amor e a caridade, pois “o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria” (cf. Sl 32,18-19).

Saudações em Cristo!

 

 

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