Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Textos do Evangelho, de hoje, que mais chamam atenção: 1º Os apóstolos disseram ao Senhor: “aumenta em nós, nossa fé”. (Lc 17,5) 2º “Somos servos inúteis, só fizemos, nossa obrigação”. (Lc 17,10)
1º Sem fé, não existe vida cristã, mas sem amor a fé não é autenticamente vivida. Quem crê, ama e quem ama, certamente crê, pois Deus é tanto conteúdo da fé, quanto do amor. Fé e amor são ambos dons de Deus. Porém, uma vez, recebidos, devem ser cultivados. Jesus criou, até uma parábola, para mostrar a importância e a eficácia da fé: ela seria capaz de arrancar, até a amoreira, e transplantá-la. Jesus quis acentuar com isso, claramente, a necessidade e a eficácia da fé. Não, certamente, para arrancar e transportar árvores. Para isso, temos tratores, mas, seguramente, para alcançar a salvação. Sem fé, é impossível agradar a Deus, afirma a Escritura. (Hb 11,6; Rm 1,17;5,1; Gl 3,17) Jesus serve-se ainda, de uma história tipicamente da cultura oriental, para nos deixar claro, que, somente, Deus é de fato: Absoluto e Senhor. Ele, e apenas, Ele deve ser amado e servido, sempre: sobretudo, além de tudo e de todos.
2º Mesmo, porém, depois de termos feito tudo, o que nos cabe fazer, devemos reconhecer que é pouco, pois, não há comparação, entre o que de Deus recebemos (vida, talento, graça etc…) e o que, por e para Ele, podemos realizar. Jesus está combatendo, sem afirmá-lo, concretamente a teoria da autossalvação (pelas obras) ou a hodierna tese da “religião dos méritos” (meritocracia). Nós somos servos, mas não inúteis, como lemos, no texto de hoje. “Inútil” foi, contudo, aquele que mal traduziu o texto do grego. Este, certamente, foi (inútil) e até tradutor, traidor. Somos fracos, ineptos, incompetentes, mas amados, e valorizados por Deus. Jesus não veio salvar “inúteis”, mas fracos, ou até desajustados e pecadores. A estes veio transformar, valorizar e salvar. (Cf. Jo 3,16)
3º Crer, só é possível, com a graça de Deus, porém uma vez, crentes, cabe-nos colaborar. Por isso, “crer ou não crer”, este é o problema… Problema? Não. Solução. O que a confiança é, no campo antropológico, a fé o é, no teológico: dom de Deus. Ressalvo, uma vez mais, ser a fé, graça (dom). Por isso, cabe deixar bem claro, a colaboração livre, mas necessária do homem. Ninguém é salvo, contra sua própria vontade… (Cf.Tg 2,18-22)
4º Lembro, ainda, que outubro não é, apenas, o mês das eleições, para os brasileiros, mas também, o das missões e o da Padroeira do Brasil, sem esquecer as queridas crianças, bem como, os, nem sempre, valorizados Professores(as), do Ecumenismo. A Pró-Saúde não pode, e nem vai esquecer, o dia do Médico(a).