Educação Católica em Juiz de Fora

Fundada em meados de 2009, a Pastoral da Educação Católica da Arquidiocese de Juiz de Fora, vem desenvolvendo freqüentes atividades com o objetivo de dar aos educadores das escolas católicas subsídios para seu trabalho junto à juventude estudantil. Sem proselitismo, a orientação tem primado pela fiel identidade católica da educação, a fim de formar profissionais competentes para o futuro, à luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja.

No sábado, 13 de março, realizou-se mais um destes encontros, sediado desta vez na Academia de Comércio, Colégio Cristo Rei, dos Padres Verbitas, com participação de educadores de todas as escolas católicas presentes na Arquidiocese. No ano passado, o encontro se deu no Colégio Jesuíta. No próximo ano se dará em outra escola católica.

Os trabalhos se desenvolveram nas pistas orientativas da Congregação para a Educação Católica (de Roma) e do Documento de Aparecida que dedica largo espaço ao tema.

Tenho a honra imerecida de ser membro da pontifícia Congregação para a Educação Católica, por nomeação do Santo Padre Bento XVI, em abril de 2007. Atualmente me preparo para participar de mais uma assembléia plenária em Roma, convocada para fevereiro de 2011.

A Congregação para a Educação Católica cuida, como ministério do governo pontifício, das universidades e colégios católicos, dos seminários para a formação dos futuros diáconos e presbíteros e das vocações. Sua missão é velar tanto para a excelência do ensino, a fim de formar bons e honestos profissionais para a sociedade, homens e mulheres de fé católica esclarecida, como prover sábios e santos sacerdotes para as comunidades eclesiais.

Quanto ao primeiro aspecto, na visita que fez ao Brasil em 2007, o Santo Padre se referiu a esta necessidade em relação à América Latina, solicitando aos bispos que cuidassem de formar pessoas capazes de viverem autenticamente a fé católica para que contribuam com o bem social, inclusive combatendo a corrupção nos meios políticos e outros meios. Disse o Papa: Por se tratar de um Continente de batizados, convém preencher a notável ausência no âmbito político, comunicativo e universitário, de vozes e iniciativas de líderes católicos de forte personalidade e de vocação abnegada que sejam coerentes com as convicções éticas e religiosas. (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida). Referia-se o Papa especificamente sobre as escolas e universidades católicas que devem dar àqueles alunos que as procuram esta capacidade de transformação social a partir de sua própria fé cristã, no exercício competente de sua profissão.

Nossas escolas e universidades só terão sentido se forem centros de genuína identidade católica em vista do bem comum e da difusão não proselitista, mas autêntica, da mensagem e da pessoa de Jesus Cristo para o mundo hodierno. A Igreja não faz proselitismo; ela cresce  por atração, confirmou o Papa na homilia de Aparecida. Talvez as escolas e universidades católicas, bem como os seminários, devam se pautar pela pergunta repleta de profundidade que o Papa fez no Discurso Inaugural: Como conhecer realmente Cristo para poder segui-lo e viver com ele, para encontrar a vida nele e para comunicar esta vida aos outros, à sociedade e ao mundo?” A Igreja crê em Cristo. Isto é central para a missão educativa. Um de seus efeito será a transformação social vencendo estruturas injustas e criando estruturas justas, que devem ser buscadas e elaboradas à luz de valores fundamentais, com todo o empenho da razão política, econômica e social. São uma questão de reta ratio e não provêm de ideologias nem de promessas (ibidem).

Tais valores são próprios da natureza do ser humano. Este ser é, contudo uma criatura do Ser supremo que é Deus e não se pode pensar em progresso da pessoa humana e nem das estruturas humanas prescindindo da existência e da ação de Deus. Onde Deus está ausente – o Deus do rosto humano de Jesus Cristo – estes valores não se mostram com toda sua força, nem se produz um consenso sobre eles.(ibidem).

Eis algumas características do que a Igreja entende por Educação Católica.

Dom Gil Antônio Moreira

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