Encontro do Regional Leste 1 reflete a urgência da comunicação na educação

Com a presença de 120 educadores, foi realizado no último sábado, 2, na sede da arquidiocese do Rio de Janeiro, no bairro da Glória, o 7º Encontro da Pastoral da Educação do Regional Leste 1 da CNBB (Rio de Janeiro).

O encontro foi dirigido pelo assessor regional da Pastoral da Educação, professor Sérgio Maia, que no início, fez memória dos últimos encontros. Os representantes das dioceses fluminenses refletiram sobre a temática da “Urgência educativa e a comunicação”.

“Nossa preocupação e critica é fazer com que a comunicação seja um tema de apropriação de toda a sociedade. A Igreja quer abrir um grande espaço de reflexão na busca de caminhos, e não deixar só nas mãos de determinados grupos. É preciso que todos sejam críticos das mídias, e não socialmente passivos”, afirmou o professor Sérgio Maia.

Fez parte da programação a realização de duas conferências e quatro oficinas de trabalho. Houve um painel sobre “O uso da mídia para a educação”, apresentado pelo diretor de mídia e educação do MultiRio, Ricardo Petraca, ainda um momento cultural, plenário, e concluindo com a celebração eucarística.

domoranirio2“A nossa proposta, em vista do Muticom, foi a de fazer um link com a comunicação. A educação tem aprendido muito com a comunicação, como um espaço de educar através de uma linguagem nova, atualizada”, explicou a coordenadora da Pastoral da Educação na arquidiocese do Rio, professora Vera Lúcia Santiago Cruz.

A primeira conferência, com o tema “Emergência educativa”, foi apresentada pelo bispo da diocese de Petrópolis (RJ), dom Felippo Santoro.

O bispo referencial da Pastoral da Educação no Regional explicou que comunicação e educação, como processos históricos, se pressupõem e se aproximam. Na prática, muitas vezes, a comunicação é deduzida às tecnologias que lhe dão suporte como uma cesta de ferramenta disponíveis e deixa de ser parceira de fins.

“A comunicação social tem se identificado como espaço de informação, de diversão e do lazer. Assim, na prática, a educação e informação assumem fins e processos sociais distintos e, muitas vezes antagônicos. A comunicação é questão de cultura. É questão de sujeitos e de atores e não apenas de aparatos e estruturas”, disse dom Felippo.

O arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta fez a segunda conferência, abordando sobre “A comunicação e o link com a educação”.

Dom Orani fez considerações sobre o tema da educação, tendo como base o documento de estudo nº 101 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre a “A comunicação na vida e na missão da Igreja no Brasil”, que ele mesmo esteve à frente de sua elaboração, quando presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social.

Ele explicou que a mídia constitui uma espécie de “escola paralela”, bem mais persuasiva, sedutora que as formas tradicionais de distribuição de informação praticadas pela educação formal. Neste contexto, falou da importância da missão das instituições educativas, como a família, a escola e a paróquia, que devem ser protagonistas da comunicação.

“Para a que a comunicação como processo esteja na vida do cristão torna-se indispensável pensar, como parte de toda a ação pastoral da Igreja, na urgência de uma ação educativa especifica, sistemática, adequada e eficaz no campo da comunicação”, afirmou dom Orani.

Dom Orani falou ainda sobre a inculturação da fé nos tempos mediáticos. A fé como um fato cultural, não só pelo conteúdo, mas pelo meio. Como exemplo, citou o poder da mídia nos países do Oriente que conseguiu derrubar e estremecer as estruturas de governos totalitários.

O encontro foi concluído com elaboração de uma carta, que será encaminhada a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação, da CNBB. A carta manifesta preocupações, conforme a visão da Pastoral da Educação do Regional Leste 1,  com a falta de estruturação, planejamento, criação de metas e programação de ações efetivas e contínuas em nível nacional, para o fortalecimento da Pastoral da Educação nos regionais e nas dioceses do Brasil por parte da CNBB.

“A educação se articula bem com a comunicação. Quando você não consegue expressar seus conceitos e convicções, a educação fica prejudicada. Articular o tema nos meios modernos torna-se essencial. Chega de métodos antigos. Não devemos desprezar os novos meios, muito bem acolhidos e compreendidos pela juventude e pelo dinamismo da sociedade moderna. Integrar a educação nos meios modernos só vai vincular o saber”, ressaltou o bispo auxiliar do Rio, que acompanha na arquidiocese a Pastoral da Educação, dom Nelson Francelino Ferreira.

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