Reflexão sobre o Treze de Maio na Arquidiocese de Curitiba

O treze de maio não deve ser comemorado apenas como uma data que lembra uma “princesa toda compadecida” da situação do povo negro escravo, assinando a lei da abolição da escravatura. Essa data está na memória dos afros descendentes como aporte para se levantar, para não aceitar as formas de escravidão que ainda hoje persistem fortemente na sociedade, distanciando os negros do seu espaço na educação, na saúde, no exercício do poder, etc.

Portanto, a comunidade Vila Zumbi de Colombo –PR, esteve em movimento no dia 13 de maio. No primeiro momento do dia, foi feito uma roda de diálogo entre entidades que representam o povo negro em várias instâncias: Igrejas, associações, terreiros, comunidades quilombolas, poder publico municipal e estadual, movimento negro e outras entidades afins, refletiram sobre questões raciais, os desafios que os afrodescentes enfrentam no seu cotidiano como: preconceitos, intolerância religiosa, racismo, desemprego, salário baixos e as conquistas fruto da luta e resistência de século de história.

A noite, as 19 horas houve a missa afro na Vila Zumbi com a participação de duas comunidades: Santa Terezinha de Lisieux e Nossa Senhora Aparecida. Esse foi um momento celebrativo de grande importância para as comunidades que estão na caminhada de resgatar sua identidade afrodescendente na grande região metropolitana de Curitiba.

Após a celebração houve um momento de confraternização chamado kizumba “festa de negro” que também acolheu com um abraço negro os descendentes de italianos, alemães, poloneses e outras culturas presentes. Uma festa de muitas etnias, uma convivência rica de povos e culturas, além do delicioso chá quente oferecido pela pastoral da saúde e a comidas, cantos e dança que esquentou a noite fria da região metropolitana de Curitiba-PR.

Irmã Silvana Sampaio Gomes

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