Diocese de Brejo acolhe VI Encontrão da Teia que reúne comunidades tradicionais

Ao som de tambores, maracas, atabaques, pandeiros, triângulo e cantos, a diocese de Brejo sediou durante os dias 26 a 28 de maio, a VI edição do Encontro da Teia, que é formada pelos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão. Ao todo participaram cerca de 400 pessoas entre indígenas, quilombolas, pescadores, ribeirinhos, geraiseiros, sertanejos e quebradeiras de coco.

Para a reflexão do encontro os povos presentes discutiram o tema: “Não estamos extintos, estamos de pé, em luta” e o lema: “Essa terra é nossa”. Um dos objetivos é a articulação da luta dos povos, em direção a garantia do bem viver, da autonomia dos territórios e da soberania educacional e produtiva, que são as expressões da forma de produção das comunidades.

Segundo o bispo diocesano, dom José Valdeci Santos Mendes, um dos pontos mais importantes do encontro é “o fortalecimento das comunidades tradicionais para a permanência na terra, na luta pela conquista de direitos, o espírito de partilha e a solidariedade que a teia vem fomentando, em forma de encorajamento das comunidades”.

Ainda de acordo ele, na região leste do Maranhão que abrange os municípios que fazem parte da diocese de Brejo existem atualmente 14 comunidades quilombolas que já tem a certificação Palmares e outras comunidades que estão buscando esse título, sendo que em todo o Estado do Maranhão há aproximadamente 336 processos pendentes no INCRA (MA).

Para Adriano Guileto, que faz parte da articulação do encontro, a Teia veio para “fortalecer a cultura e a luta de todos os povos tradicionais do Maranhão”. Já Rosemeire Diniz, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do Maranhão ressalta que o VI Encontro da Teia do Maranhão trouxe a discussão sobre os povos e comunidades tradicionais, sobretudo a questão da invisibilidade desses povos. Ela ressalta ainda que os encontros da Teia reafirmam que os povos tradicionais não estão extintos, mas segundo ela “estão de pé e em luta pelos seus direitos”.

Gil Quilombola, uma das lideranças do Quilombo Nazaré de Serrano (MA) participou do encontro e destacou o fortalecimento das comunidades através da partilha, dos diferentes métodos de luta das comunidades, os modos de vida e a cultura de cada povo. O encontro encerrou no domingo, 28, e contou ainda com denúncias das violências sofridas pelos povos e comunidades.

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