Dom José Gislon
Bispo da diocese de Caxias do Sul
No peregrinar da vida, para alimentar e fortalecer a fé, é importante cultivar e perseverar na oração. Ela favorece o fortalecimento da nossa comunhão com Deus e com o próximo no cotidiano.
Os apóstolos percebiam que Jesus, mesmo depois de um dia de intenso trabalho, atendendo todos aqueles que o procuravam, ainda encontrava forças para recolher-se em oração diante do Pai. Vendo o quanto aqueles momentos de oração eram importantes para Jesus, eles lhe pedem que os ensine a rezar. Ao ensiná-los a rezar, Jesus revela aos seus discípulos o que é essencial, de como pedir ao Pai em oração.
Queridos irmãos e irmãs, nenhum de nós vive e cresce sozinho. Assim, a minha oração de intercessão, o meu agradecimento para o outro não é puramente uma coisa externa e inútil. Essa oração me insere no coração do Pai, onde toco o coração do irmão que ali é esperado por Ele.
A oração alimenta a nossa fé, e a força da perseverança no pedir não será desiludida se a porta na qual bato é o coração de Deus. Junto dele, está o Espírito Santo que ilumina a noite da fé, das desilusões e dos sofrimentos nos quais eu me encontro, ou se encontram talvez pessoas da minha família que eu amo, ou do meu local de trabalho e também da comunidade de fé que eu frequento.
A oração nos dá a possibilidade de não nos fecharmos em nós mesmos, ou de transformarmos o nosso momento de diálogo interior com o Pai em um monólogo de autojustificação, sendo uma oportunidade de vivê-la como um momento intenso para expressar a nossa confiança no Pai. A oração, quando é autêntica, nos abre o coração de Deus, e Ele ali encontra espaço em nosso coração para nos orientar com amor e ternura no peregrinar da vida.