Dom Edson Oriolo
Bispo de Leopoldina (MG)
A população mundial, desde final de 2019 até o momento, vem sendo bombardeada com uma avalanche de notícias e informações sobre o Coronavirus. A Organização Mundial da Saúde passou a chamar oficialmente a doença causada pelo novo coronavírus de Covid-19. Covid significa Corona Vírus Disease (doença do Coronavírus), enquanto “19” se refere a 2019, quando os primeiros casos, em Wuhan (China), foram divulgados pelo governo chinês no, final de dezembro. Trata-se de uma síndrome gripal com quadro respiratório agudo.
Temos consciência de que muitas doenças virais, ano após ano, aparecem e podemos considerá-las uma endemia como sarampo, dengue, H1N1, hepatites, herpes e outras. Sabemos que essas doenças propagam muitas vezes pela deficiência no nosso sistema de saúde, falta de saneamento básico, violências ideológicas, desemprego, corrupção, confronto políticos etc.
Essa crise sanitária causada pelo Covid-19 não terminou e como Igreja nos preocupamos com o período pós-pandemia que não será o mesmo. Em tempo de crises, somos desafiados a demonstrar competência em nosso apostolado para gerenciar bem o momento e não perder o foco da missão, isto é, o mandato missionário de Jesus Cristo. Temos que buscar respostas para o anúncio do evangelho, na fidelidade ao mandato missionário de Jesus (cf. Mt 28,19-20; Mc 16,15-16), mesmo sabendo que “A Igreja nem sempre tem respostas imediatas para todos os problemas” (GS 33). Mas, é indispensável solidificar meios para evangelizar redesenhando, num “novo normal”, as sementes do evangelho.
Navegando na crise sanitária Covid-19, fomos chamados a redesenhar a evangelização pelas “redes sociais”, mesmo sabendo que atingimos uma porcentagem mínima dos nossos frequentadores das atividades celebrativas em nossas paróquias e comunidades eclesiais missionárias. É fundamental o uso das plataformas do sistema online – das redes sociais – para conscientização da importância da evangelização. É preciso estar presente na web e não ter medo da mídia. Saber usar os aplicativos, que são meios de compartilhamentos eficazes para a divulgação da Palavra de Deus e, com criatividade, saber colocar mensagens que possam sensibilizar, conscientizar e formar as pessoas para fazerem a experiência do encontro com Deus, em Jesus Cristo.
Exímio comunicador das verdades reveladas, Jesus Cristo usou todos os recursos da sua época para ser a Boa-Nova, informar (anunciar) sobre o Reino de Deus e relacionar-se com a humanidade (fazer história). Sua temática é plataforma de evangelização. Assim, a grande missão da Igreja é seguir o exemplo de Cristo, o comunicador do Pai, e levar e ser Boa-Nova ao mundo inteiro.
Agora, em tempo de pandemia, estamos usando do universo online, isto é, das redes sociais como ferramentas para evangelizar, conscientizar sobre os sacramentos. Muita coisa vem acontecendo nesse novo espaço de evangelização. A Igreja tem que ser presença apropriada no mundo digital para atingir a vida das pessoas. Trata-se de um novo mundo que existe e não fazia parte da evangelização. Onde isso acontecia era de maneira tímida e sem importância. Pode ser considerado um areópago virtual. Hoje, a Igreja, no uso das redes sociais, está vivendo como São Paulo, que se sentiu desafiado a pregar a mensagem do Reino no areópago, um espaço fundamental da cultura ateniense onde se reuniam filósofos e conselheiros.
As redes sociais são um desafio para anunciar o evangelho com clareza, objetividade e libertação. Mesmo assim, a velocidade da comunicação nas redes sociais, a expectativa da mídia e os aplicativos são realidades com as quais devemos nos comprometer para tornar mais eficaz a nossa missão de anunciar o Evangelho, bem como de viver o mandamento maior de amor aos irmãos.
Nessa crise sanitária Covid-19, as redes sociais nos colocaram num jeito novo de evangelização. Entramos de cheio neste mundo desconhecido para não parar de evangelizar. O uso das plataformas do sistema online – redes sociais – está nos ajudando na conscientização e no comprometimento de nossas fiéis.
As dioceses, paróquias, comunidades eclesiais missionárias, pastorais, movimentos, instituições e tantas outras associações estão encontrando nas redes sociais (De acordo com site we are social, as cinco redes sociais mais usadas no Brasil são Youtube, Facebook, WhatsApp, Instragram e Facebook Messenger) espaços importantes na evangelização, atraindo grande número de fiéis, mas temos que termos cuidado com oversharing (compartilhamento excessivo de conteúdo nas redes sociais).
Não é fácil estar presente nas redes sociais pelas nossas limitações, falta de expertisse, conhecimento obscuro e estratégias dispersas, mas não podemos perder a oportunidade desse espaço da contemporaneidade.