MADRI – A chuva que caiu pouco depois do papa Bento XVI chegar ao aeródromo Quatro Ventos, em Madri, para a vigília com os jovens, levou-o XVI a suspender a homilia preparada para cerimônia. A chuva demorou pouco mais de 30 minutos e pegou a todos de surpresa por causa do forte sol durante todo o dia.
Passada a chuva, Bento XVI retomou a palavra e elogiou a resistência dos jovens. “Obrigado por vossa alegria e resistência”, disse, sendo interrompido pela multidão que gritava como um só coro seu nome, “Benedicto! Benedicto!” “O Senhor, com a chuva, nos manda muitas bênçãos”, acrescentou o papa que ouviu dos jovens, como resposta, “Esta é a juventude do papa!”.
Bento XVI fez uma breve saudação aos jovens em seis línguas (Francês, Inglês, Alemão, Italiano, Português e Polonês). Em seguida, deu início à adoração do Santíssimo Sacramento. A consagração dos jovens ao Sagrado Coração de Jesus, que estava prevista, também foi suspensa.
Antes de se despedir, o papa agradeceu o sacrifício dos jovens que, durante o dia, andaram uma longa distância e enfrentaram um forte calor para estar no aeródromo onde passarão esta noite deitados em colchonetes. “Vemo-nos amanhã, se Deus quiser. Eu vos espero a todos amanhã [para a missa]. Obrigado a todos!”, despediu-se.
Amanhã, neste mesmo local, Bento XVI preside a missa de encerramento da Jornada. Os brasileiros vivem a expectativa do anúncio oficial do Rio de Janeiro como sede da próxima JMJ, que será em 2013.
Não tenham medo
O papa chegou de automóvel ao aeródromo por volta das 20:45h (15:45h de Brasília), saudou as autoridades presentes e, em seguida, recebeu a cruz da jornada. Cinco jovens fizeram perguntas ao papa sobre questões que os incomodam. Em seguida, foi proclamada a Palavra de Deus. Neste momento, começou a chover e ventar, e o papa não leu a mensagem preparada.
Na homilia, dada como lida, Bento XVI chama os jovens de “queridos amigos” e os conclama a não terem medo do mundo. “Que nenhuma adversidade vos paralise. Não tenhais medo do mundo, nem do futuro, nem da vossa fraqueza. O Senhor lhes tem concedido viver neste momento da história para que, graças à vossa fé, seu nome continue ressoando por toda a terra”, diz a homilia.
Bento XVI volta a condenar a “cultura relativista dominante” que “renuncia e deprecia a busca da verdade” e diz que é preciso “propor com coragem e humildade o valor universal de Cristo”.
O papa orienta os jovens a pedirem a Deus o discernimento de sua vocação e cita, particularmente, a vocação para o matrimônio, para o sacerdócio e a vida religiosa. “Reconhecer a beleza do matrimônio, significa ser conscientes de que só no âmbito da fidelidade e indissolubilidade, assim como abertura ao dom divino da vida, é o adequado para a grandeza e a dignidade do amor matrimonial”, acentua.
Leia, na íntegra, a homilia do papa