Ainda de Roma, junto aos 22 bispos e arcebispos do Estado do Rio Grande do Sul (RS), o regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo de Vacaria (RS), dom Silvio Guterres Dutra, expressou as impressões da sua primeira visita Ad Limina Apostolorum, de 2 a 6 de maio, como prelado, ao Vaticano e ao Papa Francisco.
O bispo relatou que a agenda da visita Ad Limina, que compreende visitas e contatos com os Dicastérios e Congregações do Vaticano, foi mais intensa e concentrada em razão da necessidade de recuperar o tempo e assuntos que se acumularam em função do encontro ter sido cancelado, em 2022, por conta da pandemia da Covid-19.
“O tempo que tivemos em torno de um hora e meia com cada Congregação foi de muito proveito e de surpresas interessantes. Destaco, o que ficou bem claro em todos os momentos, que Roma gostaria de nos escutar mais do que dizer coisas e dar normas e indicações, eles estavam ansiosos para nos escutar”, disse
Nesta visita, de acordo com dom Silvio, ficou bem claro que a orientação da Cúria Romana é de que a atitude dos Dicastérios, Congressões e Comissões do Vaticano em relação aos bispos seja de apoio e de serviço à Igreja que está presente no mundo inteiro e, em razão disto, foram orientados muito mais a escutar do que falar. “Não que eles não tenham dito coisas importantes. Sempre que colocávamos alguma questões eles tinham importantes orientações de critério e discernimento para nossa caminhada”, reforçou.
Dom Silvio ressaltou que é notável o espírito do Papa Francisco em todos os setores do Vaticano. “Ficou muito clara a coerência entre o que o Papa faz pessoalmente e que os setores da Cúria fazem e seguem este espírito”, disse. Para o prelado, tão marcante quanto conhecer as estruturas do Vaticano, foi encontrar-se com o Papa Francisco por duas horas. “O Papa Francisco teve uma acolhida extraordinária em relação a nós, estava muito feliz, o semblante dele revelava isto, embora com as dificuldades no joelho, mas isto não impediu que ele estivesse à vontade conosco”, disse.
“Um irmão bispo entre os bispos”

O bispo contou que o Papa Francisco os deixou muito à vontade e livres para dizer o que gostariam de dizer, perguntar o que gostariam de perguntar sem filtros por estarem entre irmãos bispos.
“Isto é magnifico, pensando uma trajetória hierárquica que a Igreja tem, ter no Papa uma pessoa tão disponível e aberta e um irmão, bispos entre bispos, com toda a responsabilidade que ele tem de estar à frente da Igreja que está no mundo inteiro”.
Dom Silvio destacou que o Papa fez várias brincadeiras com os bispos, se colocou à disposição e fez algum sacrifício físico para estar mais próximo entre os prelados do Sul 3 da CNBB. “É uma experiência enorme, humana e divina, uma verdadeira sensação de estar tocando o apóstolo eleito por Cristo para estar à frente da Igreja neste tempo. Eu não tenho dúvida nenhuma de que a eleição do Papa Francisco é obra do Espírito Santo para o nosso tempo. Somos gratos e privilegiados como nosso Papa, o bispo maior, na diocese de Roma que garante a comunhão entre nós no mundo inteiro”, disse.
O bispo que já se considerava convicto e animado quanto à sua vocação disse que, após o encontro com o Papa, volta para a sua diocese muito mais convicto de que está no lugar certo, fazendo a coisa certa e com as pessoas certas. “O Papa dá esse recado para nós mesmos em tempos difíceis de incompreensões”, ressaltou.
“O ponto alto foi a alegria de encontrar o Papa Francisco”

A pandemia da Covid-19 adiou a possibilidade do bispo de Erexim (RS), dom Adimir Antonio Mazali, nomeado no dia 15 de abril de 2020, de viver a experiência da visita Ad Limina no mesmo ano que foi ordenado no novo ministério.
Só este ano, o prelado pôde conhecer de perto o Papa Francisco. Ele integrou a comitiva de bispos do Sul 3 na última visita Ad Limina do regional ao Vaticano. “A visita foi muito intensa com 27 compromissos e visitas às Comissões, Congregações e Dicastérios do Vaticano, disse.
Segundo ele, os prelados puderam ter uma visão da Igreja Católica e apresentar também as expectativas, alegrias e desafios da Igreja presente no Rio Grande do Sul. O bispo destaca também que foi um período como um tempo oportuno para convivência fraterna e para fortalecer a comunhão entre os prelados do Sul 3. “Essa fraternidade foi fortalecida com o ponto alto que foi o encontro com o Papa Francisco. Ele é um homem que exalou uma simplicidade, demonstrou uma alegria e entusiasmo, apesar do sofrimento das dores no joelho. O Papa nos motivou a viver a nossa missão”, disse.
Dom Adimir disse ao Papa, durante a visita, que era o bispo mais novo de ordenação do RS e recorda-se, com alegria, do momento em que o Santo Padre pegou em seu braço e disse-lhe: “Coragem! Coragem! Avante na sua missão”. Isto, segundo o bispo, foi um momento de graça.

								
														
								