“Cuidado com a Vida” foi o tema do Encontro dos Organismos da Igreja Católica no Rio Grande do Sul. O evento foi realizado nos dias 13 e 14 de agosto, em Porto Alegre (RS), e teve como foco a educação e a juventude. A presidência do Regional Sul 3 da CNBB, dom Zeno Hastenteufel (presidente), dom Canísio Klaus (vice-presidente) e dom Remídio José Bohn (secretário) participaram dos trabalhos e da troca de experiências com lideranças da ECODIPA (Equipe dos Coordenadores Diocesanos de Pastoral) e da ECORES (Equipe dos Coordenadores Regionais de Setores e Serviços).
Dom Aloísio Dilli, bispo de Uruguaiana, frisou aos presentes a necessidade do cuidado com a vida humana, inclusive no respeito e solidariedade com as pessoas que estão à margem da sociedade. Ele partilhou um pouco do significado mais profundo da passagem da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude. “Nós levamos estes símbolos para o ‘lixão’ da cidade que é o lugar mais sofrido. As pessoas que mais sofrem vivem ali… sobrevivem, melhor dito. Esse era o grande apelo de amor, e graças a Deus a gente está percebendo que os órgãos públicos estão se sensibilizando atualmente. Santo Irineu nos dizia que ‘Glória de Deus é a pessoa humana com vida’, e nós falamos com vida digna”, pontuou dom Dilli.
Vida plena
Durante o evento foi apresentado o projeto bem viver, apresentado por Selina Dal Moro, professora do ITEPA (Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo). Segundo ela, algo que difere, e muito, do chamado viver melhor. “Na nossa sociedade se faz a experiência do viver melhor, mas não a do viver bem. Acho que, de verdade, na nossa sociedade nunca se fez a experiência do bem viver. O nosso viver melhor é quase sempre a custa do outro. E especialmente a terra, com o uso de forma irracional. Viver a vida plenamente é o viver bem, já o viver melhor é o projeto capitalista que se desenvolve a custa do outro”, apontou a professora.
Selina abordou questões relativas à educação no Estado do Rio Grande do Sul que, conforme foi se afastando da participação da Igreja, viu seus indicadores de qualidade na educação – outrora referência nacional – cair com o passar dos anos. De acordo com os dados trazidos por ela (referentes ao Censo 2010), o estado ocupa a sexta posição no ranking brasileiro por conta de alguns municípios que puxam sua média para cima. Porém, quando as estatísticas são analisadas, de forma mais destacada, elas mostram dois dados preocupantes: aproximadamente 500 mil pessoas se autodeclaram analfabetas, sendo cerca de 50% desse total formado por uma faixa etária extremamente produtiva, que vai de 25 a 50 anos.
Juventude como prioridade permanente
A coordenadora regional do Serviço de Evangelização da Juventude, irmã Zenilde Fontes, trouxe a sua vivência e dos jovens gaúchos na JMJ Rio2013. Ela chamou a atenção para as palavras do cardeal Rylko, presidente do Pontifício Conselho para Leigos do Vaticano, sobre a juventude. E lembrou que, conforme o cardeal, a juventude não pode ser encarada simplesmente como mais uma pastoral. Mas sim deve ser vista como uma prioridade permanente dentro da Igreja Católica.
Irmã Zenilde ressaltou a luta de dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, que desde 2007 se empenhou para trazer a JMJ para o Brasil. Ela ainda destacou o apoio que o movimento jovem Eaí Tchê? recebeu, efetivamente, de todos os peregrinos da comunidade católica do Rio Grande do Sul na Jornada Mundial da Juventude Rio2013. “Independentemente dos setores, eles faziam questão de estar trajando a camisa do Eaí Tchê? lá no Rio”, disse a coordenadora.
