Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté – SP
A finalidade primeira da Campanha da Fraternidade – CF – é aprofundar o cultivo da fraternidade humana em geral e da cristã em particular. Somos irmãos, portanto corresponsáveis uns pelos outros. Nascemos individualistas e egoístas. Os pronomes que mais empregamos, quando conversamos são: eu e meus. Eu quero. Eu fiz (se foi bom!) Meu pai e minha mãe, meu brinquedo…. Quando adulto continuamos, eu quero, eu mando etc. A modernidade enalteceu a razão. Surgiu o racionalismo, o tema Kantiano “Sapere aude” desenvolveu nesse período transformando-se em iluminismo.
Mas o crescimento no campo afetivo: amor e sentimento não acompanhou o racional, a busca da verdade e liberdade ficou comprometida, mas a libertinagem aumentou como como constatamos nos filmes, novelas e TikTok, no uso das drogas etc. E o cultivo da verdade? Da unidade? Do bem e das virtudes? Ficou subdesenvolvido, muitos já sentem a perda do sentido da vida. Falam em angustia, em vazio da vida. Freud falou do mal-estar da civilização e…. asseverou: o inferno são outros… Apenas esqueceu que desde jeito, “para os outro o inferno é ele” – bem feito? Não falou também em náusea? Assim mesmo: é um dos pais do existencialismo moderno.
Educação: E fraternidade e educação. Nascemos unilaterizados. Já trazemos no nascimento condicionamentos quando não verdadeiras rejeições. Os nascituros trazem não poucas vezes traumas ou outros transtornos. Estas crianças não precisam apenas de brinquedos, depois celulares e computadores. Necessitam mesmo de pais amorosos, verdadeiros formadores. Não vimos já crianças levando peças para a escola, batendo nos professores, manifestando espírito racista? Onde ficaram os verdadeiros valores: no mundo axiológicos? No muro das lamentações.
Todas as nações deveriam investir mais e melhor na educação. Nem quero falar dos cristãos…. É fácil gerar filhos, mas problema é que crescem associais, as vezes abúlicos, ou então agressivos, candidato para o mundo das drogas.
As nações já, na antiguidade perceberam o valor da educação. O povo judeu viu logo o valor da educação. Foi orientado pelos profetas para a percepção da importância do temor de Deus. (Eu prefiro dizer “amor de Deus”). O livro do Deuteronômio invoca a história afirmando: lembrai-vos, de que fostes escravos no Egito (Dt 15, 14-15). O livro dos Provérbios não procura lembrar a vida familiar, a educação e o respeito dos filhos aos pais? A religião tinha, então grande valor “melhor que ouro é adquirir sabedoria”, “o discernimento é melhor que a prata” (Pv 16, 16-52). Na Grécia esta influiu em todo Ocidente.
Roma. Características da educação romana. A importância da vida familiar. Papel do pai na educação.
Brasil. Estamos ficando para atrás. Relaxamento na formação. Não tenho dúvidas, a pandemia ajudou no empobrecimento da atividade formativa. Sim. Mas não explica tudo. Não basta dar computadores aos alunos, aliás, até a dimensão cognitiva, dos formandos se esvaziou…. É uma lastima, levemos então a sério a Campanha da Fraternidade. O Brasil agradecerá.
