Profissionais da imprensa fazem cobertura jornalística da Assembleia da CNBB

Mais de 130 profissionais de vários veículos de alcance nacional fizeram credenciamento para acompanhar a 53 Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os grupos de TV de inspiração católica garantiram espaços com estúdios e espaços especial para entrevistas. Além disso, a equipe da Assessoria de Imprensa da Conferência atende a repórteres, produtores e editores de vários estados que ligam para obter informações sobre a reunião do episcopado.

Imprensa laica

Entre os jornalistas que estão em Aparecida, encontra-se José Maria Mayrink, do jornal o Estado de S. Paulo. Profissional reconhecido por uma carreira sólida e com passagem nos maiores e mais importantes veículos de comunicação do País, Mayrink cobre a Assembleia há décadas. “A primeira Assembleia que eu cobri, por coincidência foi aqui em Aparecida, em 1967. Foi uma Assembleia marcada pela participação de dom Helder Câmara. Depois disso, com alguns interregnos, eu cobri quase todas as assembleias da CNBB”, lembra.

Indagado se vê uma diferença no interesse da imprensa laica em relação a Assembleia da CNBB, Mayrink pondera que “houve uma época em que a Igreja interpretava a opinião e os anseios da sociedade, a época da Ditadura Miliar. Então, os bispos conseguiam, nas Assembleias, discutir e falar de coisas que não saiam em outros meios, na imprensa”. E destaca: “era interessante porque houve bispos com posições antagônicas. Dom Helder Câmara, de Olinda e Recife (PE) e dom Geraldo Sigaud, de Diamantina (MG). Dom Sigaud era contra a reforma agrária, por exemplo. Houve uma assembleia em Belo Horizonte, em 1971 na qual os dois deram uma entrevista juntos. Surpreendeu. Perguntava-se como podiam ter posições tão diferentes. Dom Sigaud, respondeu: ´no altar, somos irmãos´”.

Imprensa católica

Andrea Bonatelli, repórter da Rede Vida, também é uma jornalista que tem experiência longa na cobertura das Assembleias da CNBB. “Faz uns 15 anos que cubro. Mesmo quando eu não vinha ao local do encontro, eu acompanhava lá em São José do Rio Preto (SP), na sede da emissora”. Ela considera que o trabalho jornalístico feito pela imprensa católica também evoluiu bastante nos últimos anos.  “No começo éramos somente nós e a Canção Nova, agora temos a Seculo XXI e a Rede Aparecida”, aponta.

O próprio processo de cobertura das TVs católicas também evoluiu. Segundo Bonatelli, a situação foi mudando. “Não fazíamos transmissão ao vivo. As matérias eram gravadas. Na medida, que a Rede foi crescendo, tomou-se como prioridade melhorar a cobertura das assembleias e agora temos uma equipe maior, carros links, há uma alteração na programação da Rede Vida e os jornais são feitos daqui de Aparecida, além de programas especiais em função da assembleia”, disse.

Bonatelli nota que mesmo os companheiros de outras emissoras manifestam um interesse sempre maior com produção de programas ao vivo e participações ao vivo dentro das grades de programação das emissoras católicas. Ela nota que os bispos entenderam mais e melhor qual é o papel das emissoras católicas e estão considerando que é um espaço do episcopado. “Não conseguimos chegar a todos, mas a Assembleia Geral é também ocasião para falarmos com os bispos que vivem mais distantes do centro sul do País”, acrescenta.

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