A Comissão Episcopal para a Comunhão e Partilha esteve reunida na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), na manhã desta quinta-feira, 9. O objetivo do encontro foi avaliar o trabalho deste ano e projetar a arrecadação e distribuição de recursos que garantam a formação de seminaristas das dioceses mais pobres do país.
O bispo de São José dos Campos (SP) e presidente da Comissão, dom José Valmor Cesar Teixeira, destacou que a reunião foi “muito produtiva” e partilhou que o projeto fechou o ano de 2021 atendendo todas as demandas da formação dos seminaristas das dioceses mais pobres.
Segundo relatório apresentado no encontro, foram 47 dioceses atendidas e 388 seminaristas beneficiados com os recursos arredados a partir da contribuição de 1% da arrecadação das arqui/dioceses de todo o Brasil. No ano todo, foram quase 3 milhões de reais destinados à formação dos seminaristas.
Sobre as perspectivas do trabalho, dom José Valmor Cesar Teixeira garante: “Fizemos um belo planejamento para o ano de 2022 e temos a certeza de que também todos os seminaristas das dioceses necessitadas vão ter os recursos necessários para a sua formação de Filosofia e Teologia no ano de 2022”.
A reunião desta quinta-feira teve a participação dos três membros da Comissão: dom José Valmor Cesar Teixeira, dom João Aparecido Bergamasco e dom Adair José Guimarães; além do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do ecônomo, monsenhor Nereudo Freire Henrique; do subsecretário adjunto geral interino, padre Patriky Samuel Batista; e do assessor padre Paulo Renato de Campos.
Partilha que nasce do Evangelho
Entre as dioceses que recebem o apoio do projeto Comunhão e Partilha está a de Corumbá (MS), cujo bispo, dom João Aparecido Bergamasco, é um dos membros da Comissão. Para ele, a iniciativa da CNBB oferece algo muito importante para a formação do clero.
“Minha diocese recebe esses recursos e nós conseguimos manter nossos 2 seminaristas que nós temos. Assim, muitas dioceses pobres conseguem formar os seus padres, ter o seu clero, graças a este caminhar junto, a essa comunhão, a essa partilha que as dioceses fazem. E isso é muito bonito e nasce do Evangelho”, avaliou.
Dom João Bergamasco conta que em seu Regional, o Oeste 1, são três dioceses que recebem o apoio do projeto: a sua diocese, Corumbá, e as dioceses de Jardim e Coxim.
“São dioceses que de uma maneira muito simples, pobre, mas realiza uma missão muito bonita juntamente com voluntários, com leigos, uma estrutura muito pequena, porém, muito missionária”.
O outro membro da comissão, o bispo de Formosa (GO), dom Adair José Guimarães, avalia que o projeto que vem se consolidando dentro da Conferência Episcopal: “Talvez [seja] um dos projetos do ponto de vista prático que têm causado um impacto no aspecto da comunhão, da partilha, que têm dado à nossa conferência esse dinamismo de colaborar, de ajudar aqueles irmãos bispos que passam tanta dificuldade para manter os seus seminaristas”.
Agradecimentos
O presidente da Comissão para a Comunhão e Partilha agradeceu “ao nosso povo querido que, com a sua contribuição no dízimo, com a sua participação na vida das dioceses, têm colaborado para que nós tenhamos esses recursos necessários”. Os agradecimentos de dom José Valmor Cesar também são dirigidos ao episcopado, que colabora com 1% para o projeto, e a Deus “para que tenhamos mais padres para a Igreja no Brasil”.
Dom Adair também manifesta gratidão. Ao presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o bispo de Formosa disse se sentir “muito honrado e muito agradecido por tomar parte numa comissão que tem uma finalidade tão importante como essa da Comunhão e Partilha”.
A Deus, o bispo agradece pela “comunhão que vai sendo gerada pelo Espírito Dele dentro da nossa Conferência”.
Como funciona o projeto Comunhão e Partilha
O projeto “Comunhão e Partilha” foi aprovado em 2012 na 50ª Assembleia Geral da CNBB, como uma resposta concreta do episcopado brasileiro às celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II. É financiado com a contribuição mensal de 1% da renda ordinária das dioceses com melhores condições financeiras para a formação de seminaristas de Filosofia e Teologia de dioceses com menos recursos. Proposto por cinco anos, o projeto teve seu prazo estendido por mais cinco em votação unânime pelos bispos na 55ª AG em 2017.
As dioceses que recebem a ajuda são divididas em três grupos: A, B e C. O grupo A reúne as dioceses que possuem renda de até R$ 10 mil reais. Estas recebem dois salários mínimos por seminarista. Já o grupo B agrupa as dioceses que conta com renda mensal de até R$ 20 mil reais; e o grupo C é formado pelas dioceses com renda de até 30 mil reais.