Comunidades de Tocantinópolis (TO) recebem cisternas do “Caminho das Águas”

A falta de água em povoados e comunidades distantes da zona urbana ainda é um problema no Tocantins. Muitas famílias ainda sofrem com a seca no período da estiagem, principalmente os trabalhadores rurais e as comunidades quilombolas. Mas para duas comunidades do município de Filadélfia, na diocese de Tocantinópolis, a escassez de água deixará de ser um transtorno. Elas foram contempladas no projeto “Caminhos das Águas”, promovido pela Cáritas do Regional Norte 3.

O P.A Recreio e a comunidade quilombola Grotão receberam cisternas de placas para ajudar no abastecimento de água das famílias. A inauguração das cinco cisternas foi realizada na tarde da sexta-feira, 22/02. Essas cisternas são reservatórios d´agua cilíndrico, coberto e semienterrado. Elas permitem a captação e o armazenamento de água da chuva, aproveitadas a partir do seu escoamento nos telhados das casas, por meio de calhas de zinco ou PVC.

Ao todo, 60 famílias foram beneficiadas diretamente com as cisternas, que tem capacidade de armazenar até 16 mil litros de água. O diácono Amilson Rodrigues, articulador da Cáritas no Regional Norte 3, explica que o principal objetivo do projeto Caminhos das Águas é a defesa do cerrado e a preservação do meio ambiente. Além da diocese de Tocantinópolis, também foram contempladas a Diocese de Miracema e a Arquidiocese de Palmas.

Para as comunidades beneficiadas, as cisternas são motivo de alívio e alegria. “Ajudou um bocado!”, exclamou o lavrador José Gomes da Silva, do P.A. Recreio. Ele conta que a comunidade possui quatro poços artesianos, mas somente um tem água própria para o consumo. Com as cisternas, a comunidade poderá ter água potável durante até seis meses. “Deus abençoe que todos que vier dê certo como deu esse aqui”, comemorou.

O projeto contribui para o fortalecimento dessas comunidades, como explica o bispo da diocese de Tocantinópolis, dom Giovane Pereira de Melo. “Este projeto busca fortalecer a organização e a resistência das pessoas, para que permaneçam na terra com qualidade e com dignidade”, declarou. “Tudo isso feito para a coletividade e em forma de mutirão, a fim de oferecer para essas comunidades uma alternativa para o armazenamento de água”, explicou.

Promovido pela Cáritas do Regional Norte 3, o projeto Caminhos das Águas contou com recursos das Cáritas da Alemanha e da França. Ao todo, foram R$ 293 mil investidos em projetos voltados para a meio ambiente e a sustentabilidade no cerrado tocantinense.

A Cáritas Brasileira, da qual faz parte a Cáritas do Regional Nordeste 3, é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Igreja Católica. Ela atua na promoção e atuação social que trabalha na defesa dos direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário.

Com informações e fotos  de Rodrigo Martins, Agência Sagrado

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