Consep discute DGAE, reforma política e ética na administração pública

A operacionalização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil ocupou boa parte da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que terminou na manhã desta quinta-feira, 11. Os bispos, que estiveram reunidos desde terça-feira, 9, definiram um cronograma para a elaboração do próximo Plano Pastoral do Secretariado da CNBB para o próximo quadriênio.

Outra decisão do Consep foi a promoção de uma campanha em favor dos países do chamado Chifre da África que sofrem com a fome por causa. A Campanha será coordenada pela Cáritas Brasileiras e deverá ser divulgada brevemente.

O Consep tratou, ainda, do projeto missionário que a Igreja no Brasil desenvolve no Haiti. Um grupo de religiosas já se encontra no país desde setembro do ano passado ajudando o país após ter sido destruído pelo trágico terremoto em janeiro do ano passado. Um vídeo sobre a realidade do país e o trabalho desenvolvido pelas religiosas foi apresentado aos bispos.

Reforma política
A reforma política foi outro tema discutido na reunião Conselho. A deputada Luíza Erundina foi especialmente convidada para apresentar o tema aos bispos na terça-feira, 9, primeiro dia do encontro. A deputada defendeu uma reforma “profunda” do Estado e não apenas uma reforma política. Para Erundina, o que está sendo proposto é uma reforma eleitoral e não de Estado.

“A reforma do Estado deveria tratar de questões mais estruturais como o sistema de Governo e a composição do sistema federativo”, defendeu a parlamentar.

Uma comissão da CNBB, presidida pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura e bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, já acompanha os debates sofre a reforma política que está para ser votada na Câmara. Na noite de ontem, esta Comissão promoveu uma mesa-redonda com a presença de parlamentares para aprofundar a reflexão sobre o texto do relator da reforma política, deputado Henrique Fontana.

Ética e transparência
Ao final da reunião, os bispos aprovaram uma nota intitulada “Ética e transparência”, falando de sua preocupação com as denúncias de corrupção na administração pública veiculadas na imprensa.
Os bispos reafirmam que os princípios éticos exigem apuração dos fatos e punição dos culpados. Diz, ainda, a nota que “a atuação de instituições do Estado no atual contexto revela solidez”, ao mesmo tempo em que cobra aperfeiçoamento da democracia através de “administração transparente” e de uma “profunda reforma política”.

“A atuação de instituições do Estado no atual contexto revela solidez. Os fatos em visibilidade, no entanto, reforçam a necessidade do aperfeiçoamento da democracia, o que só ocorrerá por meio de uma administração transparente e de uma profunda Reforma Política”, diz a nota.

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