Dom Adimir Antonio Mazali
Bispo Diocesano de Erexim – RS
Prezados irmãos e irmãs que acompanham o programa Voz da Diocese, nossa saudação e nosso carinho. Ao iniciarmos mais um ano de nossa história, unamos nossos sentimentos de gratidão e esperança. Estamos no primeiro domingo deste novo ano, 2022, e celebramos a Festa da Epifania do Senhor, ou seja, a manifestação do Filho de Deus Encarnado, a todos os povos. Jesus, nascido no Natal é a luz para todos os que se dispõem a percorrer os caminhos do bem, do amor, da justiça e da paz. Nós somos chamados, como os Reis Magos do Oriente, a deixar-nos guiar pela estrela de Belém, ao encontro de Jesus.
Caros irmãos e irmãs. Dois sentimentos nos envolvem: a esperança que brota do Natal e a triste realidade da violência que nos cerca. Por isso, gostaria de voltar o pensamento para a mensagem do Papa Francisco, por ocasião do 55º Dia Mundial da Paz, celebrado neste 1º de janeiro, cujo tema destaca-se: “O diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura”. Faremos apenas menção de alguns pontos mais relevantes, da referida mensagem.
Papa Francisco inicia a mensagem com a bela citação do profeta Isaías “que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7), afirmando: “Para aquela gente, a chegada do mensageiro de paz significava a esperança dum renascimento dos escombros da história, o início dum futuro luminoso […] Como nos tempos dos antigos profetas, continua também hoje a elevar-se o clamor dos pobres e da terra para implorar a paz”.
Assim, continua o Papa: “Em cada época, a paz é conjuntamente dádiva do Alto e fruto dum empenho compartilhado […] Todos podem colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo do próprio coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio ambiente, até chegar às relações entre os povos e entre os Estados”. Com este olhar, o Papa Francisco prossegue: “Quero propor aqui, três caminhos para a construção da paz duradoura. Primeiro, o diálogo entre as gerações, como base para a realização de projetos compartilhados. Depois, a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. E, por fim, o trabalho, para uma plena realização da dignidade humana”.
Desta forma, o Papa explica cada um destes três elementos:
1. Dialogar entre gerações para construir a paz: “Todo diálogo sincero […] exige sempre uma confiança de base entre os interlocutores. Devemos voltar a recuperar esta confiança recíproca. A crise sanitária atual fez crescer, em todos, o sentido da solidão e o isolar-se em si mesmos. Às solidões dos idosos veio juntar-se, nos jovens, o sentido de impotência e a falta duma noção compartilhada de futuro […] De fato, precisamente durante a pandemia, constatamos nos quatro cantos do mundo generosos testemunhos de compaixão, partilha, solidariedade”. Destaca, ainda, o Papa: “Dialogar significa ouvir-se um ao outro, confrontar posições, pôr-se de acordo e caminhar juntos. Favorecer tudo isto entre as gerações significa amanhar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele se cultivar as sementes duma paz duradoura e compartilhada”.
2. A instrução e a educação como motores da paz: “Por outras palavras, instrução e educação são os alicerces duma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso […] Faço votos de que o investimento na educação seja acompanhado por um empenho mais consistente na promoção da cultura do cuidado […] Investir na instrução e educação das novas gerações é a estrada mestra que as leva, mediante uma específica preparação, a ocupar com proveito um lugar no mundo do trabalho”.
3. Promover e assegurar o trabalho constrói a paz: “O trabalho é um fator indispensável para construir e preservar a paz. Aquele constitui expressão da pessoa e de seus dotes, mas também compromisso, esforço, colaboração com outros, porque se trabalha sempre com ou para alguém. Nesta perspectiva acentuadamente social, o trabalho é o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo mais habitável e belo […] Com efeito, o trabalho é a base sobre a qual se há de construir a justiça e a solidariedade em cada comunidade”.
Conclui o Papa Francisco, com a seguinte exortação: “Aos governantes e a quantos têm responsabilidades políticas e sociais, aos pastores e aos animadores das comunidades eclesiais, bem como a todos os homens e mulheres de boa vontade, faço apelo para caminharmos juntos, por estas três estradas: o diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho. Com coragem e criatividade. Oxalá sejam cada vez mais numerosas as pessoas que, sem fazer rumor, com humildade e tenacidade, se tornem dia a dia artesãs de paz. E que sempre as preceda e acompanhe a benção do Deus da paz”.
Caríssimos irmãos e irmãs! Com o sentimento de gratidão, concluímos o ano de 2021 e com o sentimento de esperança iniciemos este novo ano de 2022 comprometidos com a promoção da Paz e da Fraternidade. A todos, desejo sinceros votos de um Feliz e Abençoado Ano Novo, invocando sobre todos as melhores bênçãos de Deus.A