A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou na quarta-feira, (30/07), de forma online, um encontro com os coordenadores diocesanos de pastoral de todo o país. A reunião foi conduzida pelo subsecretário adjunto de Pastoral, padre Jânison de Sá, com o objetivo de promover a partilha de experiências e refletir, de maneira conjunta, sobre as principais atividades da Igreja no Brasil.
O momento inicial de oração foi conduzido pelo padre Rodolfo Chaga Pinho, assessor da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, pedindo a luz do Espírito Santo para iluminar os trabalhos.
Em seguida, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, agradeceu a presença dos coordenadores e destacou a importância da missão que exercem nas dioceses.
“Vocês têm um papel fundamental na Igreja como um todo. O coordenador diocesano de pastoral exerce uma missão estratégica, articulando, dinamizando e garantindo a comunhão entre as diversas pastorais, movimentos e serviços”, afirmou.
Dom Ricardo também destacou que a missão pastoral “não é um fardo, mas uma graça que se renova a cada dia na escuta do Espírito”, especialmente neste tempo jubilar.
Campanha “Lava Pés” é apresentada aos coordenadores
Durante o encontro, o professor Marcos Pedrosa apresentou a Campanha “Lava Pés”, atualmente apoiada pelo Ministério da Saúde. A iniciativa teve início em 2014, em Caruaru (PE), e utiliza a simbologia do gesto de Jesus como instrumento pedagógico na promoção da saúde, especialmente na prevenção de complicações em pessoas com diabetes.
A campanha ganhou visibilidade nacional em 2024, com lançamento em São Paulo em parceria com a Pastoral do Povo de Rua. Marcos destacou a adesão de dezenas de faculdades de medicina e municípios, além do engajamento de unidades de saúde em Recife. Ele reforçou a importância de divulgar a campanha nas dioceses, incentivando a participação de universidades e profissionais da saúde.
Dom Ricardo apoiou a iniciativa e sugeriu que a campanha seja realizada, em âmbito social, durante a Semana Santa, como expressão concreta de cuidado com os mais vulneráveis.
Saiba mais sobre a iniciativa (aqui).
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE)
Mariana Venâncio, da Equipe de Animação do Sínodo no Brasil, apresentou os principais elementos do texto das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Ela explicou que o documento foi fruto de uma ampla escuta sinodal e agora retorna às dioceses para contribuições e ajustes finais. Lembrou aos coordenadores que as contribuições devem ser breves, claras e enviadas à Comissão do Tema Central por e-mail.
As novas Diretrizes têm como imagem inspiradora a “tenda”, símbolo de acolhimento e itinerância. O texto propõe caminhos pastorais que incluem a escuta dos sinais dos tempos, o discernimento comunitário, a valorização de todos os sujeitos da missão e o fortalecimento da sinodalidade.
Entre os compromissos destacados estão a conversão das relações, dos processos e dos vínculos, bem como a promoção de comunidades de discípulos missionários, o cuidado com os mais frágeis e com a Casa Comum.
Caminhos para a implementação do Sínodo
Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari (BA) e membro da Equipe de Animação do Sínodo no Brasil, falou sobre as pistas para a fase de implementação do Sínodo, destacando a importância da comunhão e da continuidade do processo sinodal até 2028.
Ele retomou o itinerário sinodal proposto pela Igreja, dividido em três fases: consulta ao povo de Deus; discernimento dos pastores e implementação por uma igreja sinodal.
Na ocasião, explicou que o ano de 2025 é marcado pelo início do processo de acompanhamento e avaliação. Em julho, por exemplo, apontou que foram divulgadas as pistas para a fase de implementação, e em outubro está previsto o Jubileu das Equipes Sinodais e dos Órgãos de Participação.
Dom Dirceu explicou que a fase de implementação busca experimentar práticas e estruturas renovadas que deem concretude ao caminho de conversão e reforma iniciado. Trata-se de uma etapa participativa e prática, e não de um momento de julgamento ou controle.
“A avaliação não é uma forma de controle, mas uma oportunidade de discernirmos juntos em que ponto estamos no percurso de implementação e conversão”, enfatizou.
Segundo ele, o Documento Final do Sínodo traz informações essenciais sobre que é a fase de implementação, bem como quem participa e com que método e com quais instrumentos avançar. Salientou que o Documento Final, especialmente a parte que orienta essa estapa, está dividido em quatro partes: compreensão da sinodalidade; conversão das relações na comunidade cristã; práticas cruciais para processos de transformação missionária e cultivo de novas formas de intercâmbio de dons.
“O objetivo da fase de implementação é discernir os passos de conversão da cultura, das relações e das práticas eclesiais e, como consequência, promover a reforma das estruturas e instituições”, destacou dom Dirceu.
Em 2027 novas fases são esperadas – as assembleias de avaliação; e em 2028 as assembleia de avaliação continentais, culminando com a celebração da Assembleia Eclesial no Vaticano, em outubro.
O encontro foi encerrado com agradecimentos e espaço para perguntas. A próxima reunião com os coordenadores está marcada para o dia 12 de agosto.



