A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou uma carta ao final de seu V Congresso Nacional, realizado entre os dias 21 e 25 de julho, em São Luís (MA). O evento celebrou os 50 anos de “presença, resistência e profecia” junto às comunidades do campo, das águas e das florestas, a partir da motivação do lema bíblico inspirado no livro do Levítico: “Romper cercas e tecer teias: a terra a Deus pertence!”.
No texto, os participantes – representantes de vários estados do Brasil e de diversas comunidades que vivem no campo, além de agentes de pastoral, bispos, padres, religiosas e membros de outras religiões – denunciaram as “diferentes figuras do monstro do capital”, que “aliado ao Estado, transforma a natureza em cifra”. A CPT afirma resistir “ao deserto das lavouras de soja transgênica, às chuvas de veneno sobre as cabeças, às eólicas com “lâminas que rasgam o sossego”, à mineração a abrir crateras no coração da terra, ao trabalho escravo a explorar até a última gota de suor”.

Os agentes também enfrentam “as cercas do latifúndio que sufoca, mata e fere nossas vidas e todas as vidas da nossa Casa Comum”.

Ao celebrar os 50 anos de presença, resistência e profecia junto às comunidades do campo, a CPT recordou a memória de dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia entre 1971 e 2005 e um dos fundadores da CPT: “Malditas sejam todas as cercas que nos privam de viver e amar!”.
“Seguiremos vivos e fortes, ao som dos cantos, tambores e maracás, lutando por reforma agrária popular e pela retomada dos territórios, e comemoraremos o jubileu da terra para todo o sempre!”, afirmaram os participantes da Assembleia.
Por Luiz Lopes Jr.
