No dia 16 de junho, foi realizado em São Paulo, o 4º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida do Sul 1 (São Paulo). Com o tema “Acolher e defender a vida desde a fecundidade ao seu término natural”, o objetivo do encontro foi tratar dos desafios atuais e propostas de ações da Igreja diante da ‘cultura de morte’, e sua posição em relação à promoção e à defesa da vida humana no Brasil.
Na reunião, dentre várias propostas de ações imediatas discutidas, uma foi o apoio à coleta de assinaturas para o Estatuto do Nascituro, projeto que acaba com qualquer hipótese de aborto legal no Brasil, que abranger o requerimento que susta a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) sobre o aborto de anencéfalos. O assessor da Comissão Vida e Familia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Rafael Fornasier, explica que “essas iniciativas passam pelo contato com os deputados de diferentes regiões, a fim de que sejam sensibilizados quanto à questão”.
Outro ponto discutido foi a importância de se estar atento as ações que estão ocorrendo por meio do Ministério da Saúde e outras secretarias do governo. “É fundamental mais participação nos conselhos municipais de saúde. Nesse sentido, têm um papel de destaque as Pastorais da Criança, da saúde, e mesmo da família”, afirma o assessor. Para tal participação, foram sugeridas a criação de associações de famílias e pró-vida, implantação das comissões em defesa da vida e/ou de bioética nas dioceses e regionais, e implementação de diversos programas de acolhida das gestantes.
O aborto faz parte do que chamou João Paulo II de ‘cultura da morte’, para a Igreja nada pode justificar a morte de um inocente indefeso. Para modificar essa ideia, foi vista a necessidade de ações educativas. “Educar as crianças, os adolescentes e os jovens quanto à acolhida, à proteção, ao cuidado, à beleza da vida, e também aos seus dramas, como doenças, deficiências e a pobreza”, disse Rafael Fornasier. Em longo prazo, formar os jovens de diversas áreas (medicina, engenharia genética, direito, etc.) segundo uma antropologia cristã adequada. “Esses jovens propagarão esse ideal no mundo acadêmico, mas também se tornarão atores sociais, políticos, e profissionais”, esclarece.
De acordo com o padre, somos guardiões da vida uns dos outros, o que conclama à responsabilidade em relação à vida, como uma vocação cristã. “No que concerne todo o trabalho pela promoção, respeito e defesa da vida, desde a concepção até o seu fim natural, em suas diversas etapas e situações, faz-se necessário o comprometimento dos leigos, tanto no seio da Igreja, por meio das comissões em defesa da vida, quando na sociedade por meio também da formação de associações de família e em favor da vida, além do comprometimento com a política”.