Em 2018, o papa Francisco recebeu no Vaticano bispos e jovens do mundo inteiro para refletir sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Um encontro com jovens de todo o mundo, em março, precedeu a 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro, com a presença de representantes da juventude e de prelados de todos os continentes.
Este não foi um sínodo só para os jovens que estão dentro da Igreja, participando da vida eclesial, “foi um sínodo que também pediu a preocupação com todos os jovens do mundo”, ressaltou o bispo coadjutor de Nova Iguaçu (RJ), dom Gilson Andrade da Silva, um dos 11 brasileiros presentes na assembleia sinodal. “Todos os jovens nos interessam”, sublinha o bispo.
Entrevistado no documentário “Igreja em saída”, produzido pela CNBB para destacar as principais atividades do ano, dom Gilson destacou a alegria da convivência no período de pouco mais de três semanas, em Roma, com bispos, jovens, representantes de várias nações.
“Durante o Sínodo nós estivemos muito próximos do Santo Padre e pudemos assim experimentar a preocupação do papa pela juventude e o desejo que a Igreja tem de caminhar junto com os jovens”, afirmou.
A preocupação do papa também é em relação à geração de mais idade, duas gerações “necessitadas” de atenção na visão do papa. “E foi bonito também, durante o sínodo, ver esse encontro de gerações, uma procurando escutar a outra. E tivemos, por isso, a graça também de um documento final que vale a pena ser lido, estudado para que, nas Igrejas particulares, possa se dar continuidade ao processo sinodal”, comenta dom Gilson.
E é justamente o documento final que ressalta já na introdução este encontro de gerações com uma citação bíblica: «Derramarei o meu Espírito sobre toda a criatura; os vossos filhos e as vossas filhas hão de profetizar; os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos» (At 2, 17; cf. Jl 3, 1).
De acordo com os padres sinodais, o trecho bíblico reflete o que foi a experiência que fizeram no Sínodo, “caminhando juntos e colocando-nos à escuta da voz do Espírito”. Para os participantes, o Espírito Santo “surpreendeu-nos com a riqueza dos seus dons, cumulou-nos da sua coragem e da sua força para levar a esperança ao mundo. Caminhamos juntos, com o sucessor de Pedro, que nos confirmou na fé e nos fortaleceu no entusiasmo da missão”.
“Trabalhamos juntos, compartilhando aquilo que era mais importante para nós, dando a conhecer as nossas preocupações, sem esconder as nossas dificuldades. Muitas intervenções geraram em nós emoção e compaixão evangélica: sentimo-nos um único corpo que sofre e rejubila. Queremos partilhar com todos a experiência de graça que vivemos e transmitir a alegria do Evangelho às nossas Igrejas e ao mundo inteiro”, escreveram.
A participação brasileira no sínodo também foi expressiva. Foram 11 participantes do Brasil: quatro bispos delegados, dois cardeais, três padres, um colaborador do secretário geral e um auditor. Os delegados foram dom Vilsom Basso, dom Eduardo Pinheiro da Silva, dom Jaime Spengler e dom Gilson.
Os cardeais presentes eram o arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, que desempenhou função de relator geral do Sínodo; e o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz de Aviz.
Os padres brasileiros: padre Valdir José de Castro, superior geral da Sociedade de São Paulo; padre Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; e o padre Alberto Montealegre Vieira Neves, um dos assistentes da Secretaria Geral do Sínodo.
Ainda o colaborador do Secretário Geral do Sínodo Filipe Alves Domingues, doutorando em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, especialista em Ética e Mídia. E o jovem que atuou como auditor do Sínodo Lucas Barboza Galhardo, representante do Movimento de Schoenstatt internacional, membro do Comitê de Coordenação nacional para a Pastoral Juvenil da CNBB.