Dom Roberto Francisco Ferreria
Bispo de Campos (RJ)
Associada à memória de São Cristóvão, celebra-se, no Brasil, o Dia do Motorista. Em outras línguas usa-se a palavra chofer ou condutor, que destaca mais a responsabilidade de dirigir corretamente, a serviço da vida, e cuidando das pessoas que estão no nosso veículo e nos outros veículos.
A ideia de motorista parece dar mais importância e interesse ao motor, o que, muitas vezes, significa um culto à força e velocidade do carro, que leva a desafiar os outros ou, simplesmente, mostrar-se como autoafirmação egoísta e individual.
Com a Portaria Ministerial, nº 621, nasceu o PARE, Programa de Redução de Acidentes no Trânsito, no dia 02/07/1992, o Novo Código de Trânsito, pela Lei nº 9503, de 23/09/1997, e, finalmente, a chamada Lei Seca, proporcionaram um crescimento da Cultura da Paz do Trânsito, exigindo dos motoristas um cuidado maior e uma significativa redução dos acidentes.
Todavia, é necessário um passo a mais, investir na cidadania consciente, no motorista, nas rodovias e na espiritualidade do cuidado. O volante de um carro, não é um símbolo de poder ou força de uma máquina, a ser provada para os outros, mas como São Cristóvão, uma experiência e missão de conduzir e respeitar as vidas das pessoas, animais e os próprios bens, como um ato de amor e responsabilidade consagrado a Deus, reconhecendo a presença de Cristo em todas as pessoas, e criaturas, que passam pelas estradas.
As rodovias foram feitas para serem vias de trânsito, isto é, de comunicação, de transporte, de viajem prazerosa, de trabalho profissional, e não cenários de morte e de destruição. Assim, como em outros setores da nossa vida, a palavra slower (mais devagar) está a demandar de todos(as) um comportamento mais prudente, vigilante, e harmonioso nas estradas, lembrando que alguém está a nos esperar no lar, e nos lares dos outros motoristas, e que o Pai das misericórdias nos presenteou a vida como um dom precioso a ser cuidado e enaltecido. Deus seja louvado!
