Dom Alberto Etges: sonhos e esperanças

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul

No último sábado, dia 08 de janeiro, celebramos na Catedral São João Batista, juntamente com a comunidade santa-cruzense, os 15 anos de falecimento deste que foi o primeiro bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul. Foi uma celebração simples e emocionante, que recordou seu testemunho fiel e heróico na organização e condução da Diocese. Mereceu destaque o seu lema episcopal, que inspirado na missão de São João Batista foi: “Parare Plebem  Perfectam”, ou seja; Preparar um Povo Perfeito.

Para realizar este lema traçou muitos programas e projetos, alimentou muitos sonhos e esperanças. Quando falava da Juventude, da Família e da Paróquia assim se expressava: “Se conseguirmos estas três grandes coisas: que a juventude viva o seu ideal; que a família cristã atue plenamente a graça do matrimônio; e que a paróquia, miniatura da Diocese, se constitua na verdadeira comunidade da família de Deus, firmaremos, sem dúvida, a cidade de Deus em bases sólidas, que seus muros não só resistirão aos assaltos do inimigo externo, mas ainda, o que é mais, garantirão o ambiente de todo propício para a verdadeira e total santificação dos filhos de Deus.

Juventude, família, paróquia, eis o trinômio de valores que, se bem atuados, não só garantirão a continuidade dos valores a nós legados por nossos ancestrais, mas ainda os levarão a um florescimento verdadeiramente digno do nome de cristãos. Juventude vivida na graça, família transformada em santuário, paróquia constituída em comunidade, em que todos são irmãos se amam e se ajudam como tais, nada há que não possa ser envolvido pela graça e informado pelos valores cristãos. E isto é tudo, e isto é que nos basta. “Santificada a vida, tudo estará santificado. A vida no quotidiano, a vida no simples, a vida no comum, a vida nas 24 horas do dia”.

Em toda a vida e missão episcopal, de Dom Alberto, sempre foi marcante sua preocupação, zelo e empenho pelas Vocações Sacerdotais e para isto, fundamentava seus sonhos e esperanças na unidade, no respeito e mútua colaboração do clero, fiéis e famílias. “Basta que nos unamos, principalmente entre nós do clero, bispo e sacerdotes, que somos os que carregamos a responsabilidade primeira da causa vocacional. Nós que somos o modelo do nosso rebanho. Clero santo, clero quanto possível numeroso, eis o primeiro requisito para estabelecermos o reino de Deus entre os homens. Estabelecê-lo e levá-lo ao seu verdadeiro florescimento. Por isto a obra das obras, em nossa Diocese, diríamos, em toda a Diocese, será a obra dos Seminários e a obra das vocações sacerdotais. Obra não só do clero, mas de toda a diocese, clero e fiéis, de modo especial, dos fiéis. Pois é das famílias, que vêm as vocações, das famílias é que vêm os recursos para a sustentação”.

Celebrar os 15 anos de falecimento de Dom Alberto não é só lembrar sua morte, mas sim, e sobretudo, celebrar sua vida, seus sonhos e esperanças. Ele morreu. Porém, sua obra, seu testemunho de vida continuarão vivos no meio do povo, que o estima e honra com respeito e fidelidade, enquanto seguirem os princípios e valores cristãos que nos deixou como herança.

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