Relatório sobre visita feita ao Timor Leste é apresentado em reunião do Consep

Entre os dias 20 de abril e 2 de maio deste ano, o bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias, esteve no Timor Leste, país do sudeste asiático. O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) falou sobre a visita durante a reunião do Conselho Episcopal Pastoral da entidade, na última terça-feira, 22 de maio.

O objetivo da viagem foi conhecer a realidade pastoral vivenciada pelas Igrejas do Timor leste e avaliar com a Conferência Episcopal do país, junto com professores e diretores do Instituto de Filosofia e Teologia local, o andamento do projeto que auxilia na formação de padres locais, bem como os passos que foram dados e os desafios encontrados. Intenção é também contar com a CNBB para estruturação de uma Universidade Católica.

A primeira parada de dom Esmeraldo no Timor Leste foi em Dili, capital do país, onde encontrou-se com o bispo diocesano, dom Virgílio e o secretário da Nunciatura Apostólica. Dom Esmeraldo celebrou em uma paróquia localizada em uma região montanhosa marcada pela pobreza, mas “cheia de fé”, onde reuniram mais de duzentas pessoas.

Também celebrou no Seminário Maior com a participação de 146 seminaristas das três dioceses do país: Dili, Baucau e Maliana. No mesmo dia, participou de reunião com 23 professores e um representante dos alunos, quando foi relatada a realidade do país.

Timor Leste conta com 11 línguas e 31 dialetos, apesar da importância do português. “Nas aulas de língua portuguesa, os professores explicam os assuntos em Tetum. Fora da sala de aula, a conversação acontece em Tetum ou na língua do respectivo povoado”, conta dom Esmeraldo.

A população local é de 1,2 milhão de habitantes, sendo que 96% são católicos, os quais precisam de formação mais aprofundada. Mais da metade da população é formada por crianças e jovens por conta das consequências da guerra com a Indonésia que durou mais de duas décadas. São 50 congregações religiosas femininas e 10 masculinas.

Dom Esmeraldo chamou atenção para o número de portadores de HIV, que já ultrapassa 700 pessoas. As drogas também preocupam, em especial entre os jovens. Além do salário mínimo, que corresponde a 150 dólares.

Durante este encontro no seminário também foram apresentadas informações sobre o Instituto de Filosofia e Teologia dom Jaime (INSFIT), que busca reconhecimento do governo local, e como pauta principal o projeto de cooperação missionária entre a CNBB e a Conferência Episcopal do Timor Leste (CET).

O projeto, aprovado pelo Conselho Permanente da CNBB em 2012, consiste no envio de dois professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) a cada semestre para auxiliar na formação dos futuros presbíteros e de professores através dos cursos de mestrado e doutorado.

Ainda em Dili, dom Esmeraldo também visitou departamentos e organizações eclesiais e as futuras instalações da Universidade Católica do Timor Leste. Depois, seguiu para a diocese de Maliana, onde há uma escola de ensino secundário que acolhe, em regime de internato, 348 adolescentes e jovens, dos quais 55 manifestam o desejo de ingressar no seminário maior. Encontrou-se com o bispo, padres e com seminaristas e formadores da diocese.

Além da ajuda para a estruturação da Universidade Católica, vários pedidos de colaboração forma feitos à CNBB por meio de dom Esmeraldo. Foi solicitado acesso à biblioteca online da PUC-PR por parte dos alunos da Filosofia e Teologia e professores em especialização. Também pediram uma campanha para abastecer de livros a biblioteca e uma oferta de cursos a distância. Por último, a formação de mestres e doutores no próprio Timor Leste.

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