Dom Hélder Câmara, dom Luciano Mendes e dom José Maria Pires são homenageados na Câmara dos Deputados

Três arcebispos brasileiros que fizeram história em sua atuação pastoral foram homenageados na Câmara dos Deputados, na terça-feira, 12 de novembro. O legado de dom Hélder Câmara, de dom Luciano Mendes de Almeida e de dom José Maria Pires foi destacado pelo compromisso com os valores da fé e da justiça social. O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, participou do evento proposto pelo deputado Alexandre Lindenmeyer.

De acordo com dom Ricardo, os arcebispos foram “homens gigantes porque foram capazes de antecipar tudo aquilo que nós hoje acreditamos na área de direitos humanos e na área da vida de fé unida à vida concreta, à vida política”. Um fato marcante relacionado a eles é que todos faleceram no mesmo dia, 27 de agosto, dia de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, porém em anos diferentes: dom Hélder em 1999; dom Luciano em 2006; e dom José Maria em 2017.

Dom Hélder

Dom Hélder Câmara fez história por ser um dos articuladores da criação da CNBB, em 1952, e o primeiro secretário-geral. Dom Ricardo destacou sua figura que levou a Conferência mundo afora nas viagens, discursos, livros e composições. “Hoje, somos respeitados graças a esses homens, em especial dom Helder”.

Para dom Ricardo, trazer à memória a pessoa de dom Hélder “é um compromisso que também temos nós com a paz, com o diálogo”, com a construção de pontes.

Dom Luciano

Secretário-geral e presidente da CNBB, de 1979 a 1986 e de 1987 a 1994, respectivamente, dom Luciano Pedro Mendes de Almeida “também teve um grande papel como presidente da CNBB”, destacou dom Ricardo. O arcebispo de Mariana, falecido em 2006, foi lembrado pelo seu testemunho e pelo seu modo de ser com o qual “defendeu os direitos humanos e o amor pelos pobres”.

Dom José Maria Pires

Conhecido com “dom Pelé”, dom José Maria Pires participou do Concílio Vaticano II como padre e foi arcebispo da Paraíba de 1965 a 1995. Articulador da Pastoral Afro-Brasileira, foi lembrado na sessão como um sinal, “especialmente no momento que estamos vivendo”. Dom Ricardo destacou “seu empenho contra toda discriminação” na questão do racismo e a luta dos povos afro-brasileiros, “que têm os seus direitos muitas vezes esquecidos, deixados de lado”.

Em nome da Presidência da CNBB, dom Ricardo reafirmou o compromisso da Igreja no Brasil a partir dos exemplos dos bispos homenageados. “Esta homenagem não é só um olhar para o passado, mas é um compromisso para o futuro, porque, como eles foram incansáveis na defesa dos valores, também nós queremos ter essa coragem, essa determinação de dizer ao Brasil e ao mundo que trabalhar pela justiça e pela paz é o Evangelho vivo, colocado em prática. Que esses três homens continuem nos inspirando bons exemplos, bons valores e lutemos pela dignidade de todo ser humano, através do exemplo deles”.

 

 

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Por Luiz Lopes Jr | Foto de capa: Mário Agra/Câmara dos Deputados

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