Dom Possamai exorta padres a olharem para a Igreja da Amazônia

Carências de recursos humanos e econômicos. Estes são os dois maiores desafios a serem vencidos pela evangelização na Amazônia, segundo o vice-presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná (RO).

“Há regiões na Amazônia em que a maioria dos seringueiros não sabe o que é missa. Eles têm e sabem o que é o batismo, mas não a missa”, disse dom Possamai para explicar a carência de padres na região. “Em Ji-Paraná, onde fui bispo, havia paróquias com 150 a 170 Comunidades Eclesiais de Base que tinham três a quatro missas por ano”, acrescentou.

Dom Possamai falou aos padres reunidos em Itaici (SP), no 13º Encontro Nacional de Presbíteros, que termina na terça-feira, 9. São mais de 500 padres, comemorando os 25 anos do primeiro ENP e também o Ano Sacerdotal, que se encerra no mês de junho.

Dom_Possamai1De acordo dom o bispo, tem crescido a preocupação da CNBB com a Igreja na Amazônia e, uma das formas de responder aos desafios na região, foi a criação, em 2002, de uma comissão de bispos para a Amazônia. A Comissão é presidida pelo bispo emérito de Pelotas (RS) e ex-presidente da CNBB, dom Jayme Chemello.

“A Comissão Episcopal para a Amazônia tem dois objetivos. Primeiro, desenvolver uma ação que desperte as dioceses e paróquias para a realidade da Igreja na Amazônia”, disse o vice-presidente. “Em segundo lugar, a Comissão quer chamar a atenção da sociedade brasileira para que trate a Amazônia com mais respeito. Ela é vista como a região para praticar a gatunagem. Continua sendo uma região onde o povo nunca é consultado. Por exemplo, já saquearam toda a madeira de Rondônia”, completou.

Dom Possamai enumerou as iniciativas da Comissão para a Amazônia com destaque para a Semana Missionária para a Igreja na Amazônia, realizada pela primeira vez, em outubro do ano passado. “Esta Semana foi criada para convencer a Igreja católica a tratar com carinho a Amazônia. Queremos despertar toda a Igreja para a realidade da igreja na Amazônia e criar uma marca de amor àquela Igreja com gestos muito concretos de doação”, explicou.

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