Encontro diocesano de catequese

Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Caros diocesanos. Domingo passado aconteceu, na Diocese de Santa Cruz do Sul, o Encontro Diocesano de Catequese. Saudamos nesta mensagem, com especial afeto e gratidão, a todos que, de alguma forma, estão envolvidos na catequese, especialmente quem conduz o processo de Iniciação à Vida Cristã em nossas comunidades.

Este encontro, sem dúvida, é um dos mais importantes de nossa diocese. Em nosso ministério episcopal temos muito presente os três serviços (múnus) que o bispo e seus padres devem exercer: ensinar (ser profeta), celebrar (ser sacerdote) e reger (ser pastor). No serviço de ensinar, a catequese ocupa lugar especial. Os documentos falam que o bispo é o primeiro catequista da diocese. Eis, caros catequistas, o que nos une profundamente. Vós sois colaboradores diretos de vosso bispo e, por extensão, de vossos presbíteros, de vossas comunidades, das famílias que vos confiam seus filhos e filhas para a Iniciação à Vida Cristã e à formação permanente. Vosso serviço é fundamental e merece profunda gratidão da parte de todos os beneficiados por ele. Segundo o Papa Francisco, recebestes um especial dom de Deus, pois ser catequista é ter encontrado o Senhor e dispor-se a acompanhar outros – crianças, jovens ou adultos – para que também eles possam encontrar-se com o Senhor e serem inseridos numa comunidade cristã.

Estamos conscientes que ainda há sérias dificuldades neste processo de iniciação cristã na Igreja, incluindo a catequese. Iniciamos ontologicamente (ser), mas não existencialmente para a vida cristã concreta. Muitos se tornam cristãos de nome, mas estão ausentes da vida da comunidade eclesial. A conclusão da catequese para os sacramentos, por vezes, parece ser mais como “formatura de vida cristã” do que oportunidades de maior e mais profunda participação, como discípulos missionários na vida da comunidade. Talvez pela ausência ou falha de um processo querigmático (anúncio principal) e mistagógico (conduzir constantemente para dentro do mistério) na iniciação cristã, não estamos conseguindo um verdadeiro encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, que leve realmente a uma conversão e busca de nova vida comunitária. Sabemos que isto é tarefa de toda comunidade eclesial, não só dos/das catequistas. Dessa tarefa de iniciação, além da catequese, deve participar a família e toda comunidade com seu testemunho e acolhida; imprescindível é também a presença dos ministros ordenados; decisivos serão os momentos celebrativos e a união entre catequese e liturgia. Todos procurarão levar para o encontro com Jesus Cristo, com o objetivo de encaminhar para o seguimento do Mestre, como discípulos missionários, no seio de uma comunidade concreta. Assim surgirá nova concepção de catequese como processo formativo, progressivo e permanente de educação e celebração da fé, da esperança e do amor, seja na iniciação (ou re-iniciação) cristã ou catequese permanente (mistagógica).

Olhando para todos/as vós, nasce em nosso coração uma grande confiança, por ser palpável vossa disposição em caminhar como autênticos discípulos missionários em nossas comunidades, abertos à ação do Espírito Santo e dignos de testemunhar que “conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DAp 18). Agradecendo vosso importantíssimo serviço em nossa diocese, invocamos do Alto nossa bênção. Vosso Irmão-Bispo, também catequista.

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