A CNBB realizou neste fim de semana, dias 12 a 14, o 3º Encontro de Jornalistas das dioceses, regionais e organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Estiveram presentes também jornalistas que atuam em TVs e Rádios católicas. O evento reuniu 45 jornalistas de 11 estados, além do Distrito Federal, representando 28 dioceses, e foi coordenado pela Assessoria de Imprensa e pelo Setor de Comunicação da CNBB.
O secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, visitou os participantes do encontro e celebrou a missa com eles no domingo. Ele reconheceu a importância do trabalho dos jornalistas e apresentou alguns projetos na área da comunicação que a CNBB está desenvolvendo. “Uma das ações que estamos implementando é a Rede de Informática da Igreja no Brasil, denominada RIIBRA”, explicou.
O assessor do Setor CEBs, da CNBB, professor Sérgio Coutinho, provocou os participantes na conferência que proferiu sobre a Mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial das Comunicações, que discorre sobre o padre e a pastoral no mundo digital. “Será que a criação de tantas mídias sociais é o caminho para a comunicação, ou será que devemos refletir antes sobre o seu real papel na Igreja?”, questionou o professor.
Já o vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, apresentou a temática “A Confecom e a democratização da comunicação no Brasil”, discussão que teve uma ativa participação dos jornalistas que questionaram entre outras, a postura das empresas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação. “Algumas empresas participaram exclusivamente para defender seus interesses e isso ficou claro durante o evento”, disseram alguns dos jornalistas. Schröder defende que a realização da Conferência já foi uma vitória e que o papel dos movimentos sociais, agora, é continuar mobilizando a sociedade para a implementação das cerca de 700 propostas aprovadas.
O professor da Universidade de Brasília (UnB), Venício Artur de Lima, por sua vez, abriu outra discussão ao falar sobre o “Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) e direito à comunicação”. Ele rechaçou as argumentações dos que defendem que ao PNDH coloca em risco a liberdade de expressão no país. “É preciso ficar claro que liberdade de imprensa é diferente de liberdade de expressão”, afirmou.
“Jornalismo e Igreja” foi o tema abordado pelo diretor da TV Aparecida, padre César Moreira. Ele defendeu que cada veículo católico tenha sua linha editorial e que não tenha mede de tratar de todos os assuntos, “mesmo os polêmicos, tidos como tabus”.
A mestra em comunicação, Eliane Muniz, também participou do encontro com a palestra “A Igreja como fonte de notícia”. Eliane, que trabalhou por 10 anos na assessoria de imprensa da CNBB, frisou que a Igreja Católica no Brasil goza de muita credibilidade e que, por isso, é muito solicitada pela imprensa. Ela defendeu, no entanto, que em muitas questões a Igreja e também movimentos sociais e ONGs têm uma postura de “contra-agendamento” para romper o bloqueio da imprensa a respeito de determinados temas.
Encaminhamentos
O momento de maior interação no evento foi no domingo, quando os participantes sugeriram pistas para melhorar o próximo encontro, favorecer a aproximação dos jornalistas. Uma das sugestões é que a CNBB, através de seus departamentos de comunicação, elabore um manual de redação e estilo que sirva de referência para os jornalistas das dioceses e organismos da Conferência. O grupo nomeou uma equipe de cinco pessoas para a produção do Manual.
Outra sugestão do grupo é a formação de uma rede entre os jornalistas que faça circular as notícias das dioceses e organismos, na perspectiva de se formar, com o tempo, uma agência de notícias para a Igreja do Brasil.
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