Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
No dia 12 de maio de 1820 nascia, em Florença, Itália, Florence Nightingale, a fundadora da primeira escola de enfermagem em um hospital inglês, em 1860, sendo a inspiradora e modelo dos enfermeiros/as. No Brasil, o presidente Getúlio Vargas, pelo Decreto n. 2956, de 10/08/1938, criou o Dia do Enfermeiro, celebrado no natalício de Florence, 12 de maio.
O presidente Juscelino Kubitscheck acrescentará, pelo Decreto n. 48.202, de 12/05/1960, a Semana da Enfermagem, realizada de 12 a 20 de maio, de cada ano, pelos Conselhos Regionais de Enfermagem. A pandemia, que estamos deixando de modo lento, e com muitos sofrimentos e perdas, foi vencida devido, em grande parte, a estes profissionais da saúde, que estiveram nos primeiros postos de combate ao coronavirus, sendo amparo, resguardo e servidores de coração nas mãos, como dizia São Camilo, de milhares de doentes afetados pelo vírus.
Centenas deram a vida, outros também contaminados e, as vezes, sem os equipamentos necessários, em hospitais de campanha improvisados e, em jornadas esgotantes, mostraram profissionalismo, compaixão e entrega, sem medidas. Como Bispo referencial nacional da Pastoral da Saúde, rezo sempre, com gratidão, diante de uma composição holográfica que apresenta num rosto de enfermeira, em forma de pontos, os rostos de todos os profissionais da saúde falecidos na pandemia (médicos, enfermeiros, maqueiros, pessoal auxiliar hospitalar).
Esta contemplação, diária, me estimula e edifica a buscar e estar mais próximo, sendo presença e sinal do bom samaritano que olha e toca a carne do Cristo sofredor, em cada doente. Trata-se de uma belíssima vocação e missão que, no sorriso acolhedor, em gestos cordiais e sanadores, geram confiança e resgatam do isolamento e da dor os irmãos acamados e oprimidos pela situação angustiante e ameaçadora da vida.
Que Cristo, o Médico divino e taumaturgo da bondade, e da misericórdia, cuide e acompanhe, com sua benção, a estes cuidadores incansáveis, para que nunca esmoreçam em seu entusiasmo e solicitude que tanto bem comunicam aos irmãos doentes e sofredores. Deus seja louvado!