No 4° final de semana de agosto, a Igreja Católica celebra a vocação dos fiéis leigos. Incorporados a Cristo pelo batismo, eles participam das funções de Cristo sacerdote, profeta e pastor. Conforme afirmação do Documento de Puebla, são “homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja” (DP, 786).
Paulo VI lembrava que “o espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o vasto e complexo mundo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos Meios de Comunicação Social, e outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” (EN, 70).
Além desse espaço próprio, a Conferência de Aparecida diz que “os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores”. Ainda: “aos catequistas, ministros da Palavra e animadores de comunidades que cumprem magnífica tarefa dentro da Igreja, os reconhecemos e animamos a continuarem o compromisso que adquiriram no batismo e na confirmação (DA, 211).
O Catecismo da Igreja Católica diz que “todos os fiéis são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação”. Por isso, “os leigos têm a obrigação e o direito de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra” (CIC, 900).
A Igreja, na Diocese de Santa Cruz do Sul, reconhece o grande trabalho desenvolvido pelos fiéis leigos e leigas na obra evangelizadora da região. Este trabalho começou com a vinda dos imigrantes que construíam suas capelas e escolhiam entre si pessoas de boa reputação para presidir as rezas na ausência do padre. Continuou com os grupos da Ação Católica, professores comunitários, líderes das comunidades, zeladoras das capelinhas de Nossa Senhora, conselhos administrativos, movimentos de espiritualidade e, mais recentemente, as catequistas, os coordenadores das diversas pastorais e os ministros.
Como bispo, estou ciente de que a Igreja ganha beleza e eficiência na medida em que conta a efetiva participação de leigos em sua obra evangelizadora. Quando bispo, padres, religiosos e leigos atuarmos em igualdade de condições e com igual senso de responsabilidade, o rosto da Igreja Diocesana será muito mais atraente e a mensagem de Jesus Cristo será melhor anunciada e assimilada.
Parabéns pelo dia do leigo e da leiga, obrigado pelo testemunho fiel ao Evangelho e que Deus abençoe sua missão, sua vida e seu trabalho.