Existem forças misteriosas?

O desconhecido sempre preocupou o ser humano. A pergunta que a mente faz, vai em busca de resposta definitiva. Por que alguns nascem na riqueza, e a imensa maioria fica marcando passo na miséria? Por que alguns tem “sorte” na vida, e outros ficam amargando o insucesso? Por que a doença atinge esta pessoa, e não toca naquela? A vida, sem dúvida, se apresenta como um imenso mistério, que desafia a inteligência humana. Neste infinito espaço, dentro do cosmos, os humanos parece que são os únicos seres pensantes do universo visível. Por isso as perguntas que o intelecto faz, se revestem de pleno sentido. A humanidade, diante do mistério, se percebe como desafiada. Toma consciência de que deve se livrar dessa tortura mental. As palavras do Criador martelam sua cabeça: “Enchei e dominai a terra” (Gen 1,28). Trata-se de uma tarefa irrecusável.

Na história da humanidade houve tentativas muito diversas para responder às questões que a vida apresenta. Um caminho, que ainda hoje é o preferido de muitas cabeças, é o da superstição. Isso significa, dar força de solução e de poder, a energias desconhecidas, a maus espíritos malfazejos, a poderes misteriosos. São “energias ocultas” que absolutamente nada podem. Deveríamos buscar a culpa de maus acontecimentos, nas próprias pessoas envolvidas. Mas ao contrário, dizemos que o automóvel, que já participou de vários sinistros, tem azar. Para a pessoa, envolvida em maus acontecimentos, dizemos que tudo de errado que existe, acontece com ela. Casar na Igreja, só estraga o casamento. Essas forças ocultas não existem. As Escrituras ensinam que devemos assumir o controle dos acontecimentos. “Fiquem firmes, e não se submetam de novo ao jugo da escravidão” (Gal 5, 1). Outro caminho percorrido pela humanidade, e esse é legítimo, é o da ciência. Foi assim que se descobriu a importância da eletricidade, das máquinas, da computação…Como cristãos queremos ser a favor das ciências.O evangelho foi o grande destruidor de mitos. Ele nos ensinou que só existem estas forças: a vontade humana, as leis da criação, e a vontade amorosa da Divina Providência.

Dom Aloísio Roque Oppermann

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