Seminaristas de 28 dioceses do Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Ceará participaram, de 30 de junho a 04 de julho, do 7º Encontro de Formação Missionária de Seminaristas (Formise). O evento foi realizado no seminário arquidiocesano São Pedro, em Natal (RN).
Além do estudo do tema do 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, “O missionário presbítero para uma Igreja em saída”, os seminaristas viveram momentos de partilha em grupo, celebrações e testemunhos. O secretário nacional da Pontifícia União Missionária, padre Jaime Carlos Patias, foi o responsável por assessorar os trabalhos.
Segundo padre Jaime, além de ser um pedido do papa Francisco, eventos como este são importantes na contribuição da formação dos seminaristas, para que se conscientizem da necessidade de seguir a experiência da igreja missionária. “Um dos desafios enfrentados pela Igreja hoje é a verdadeira conversão para uma Igreja missionária, então, essas atividades visam reforçar e criar este espírito nos futuros presbíteros”, destaca.
O assessor lembrou também que o evento quis contribuir para a espiritualidade do 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, que ocorrerá de 9 a 12 de julho, em Belo Horizonte (MG).
Na pauta de discussão do encontro, teve destaque a indicação da criação e articulação dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comise) em todos os seminários e casas de formação religiosas. Em alguns estados, o Comise já está inserido no processo formativo, mas em outros, este instrumento ainda não foi criado.
Estudos e proximidade com a realidade
Em apoio à iniciativa, o arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, celebrou missa e falou aos participantes sobre o entusiasmo com os acontecimentos eclesiais de referência, como o Concílio Vaticano II e as conferências de Medelín, Puebla, Santo Domingo e Aparecida. O arcebispo reforçou que é importante estudar esses documentos e seguir suas orientações.
Em uma análise da realidade atual, dom Jaime destacou os efeitos das mudanças rápidas e profundas. “Se nós não nos dermos conta disso, corremos o risco de sermos apenas uma Igreja da sacristia e voltada para as nossas próprias seguranças, para o autoritarismo, a imposição, o clericalismo, num distanciamento da realidade e da vida do povo. O papa Francisco já nos chamou a atenção sobre isso. Nesse panorama, percebemos as tendências que vão se manifestando”. Diante disso, ele afirmou que “pastoralmente há a necessidade do clero se organizar a partir da realidade interna e externa, na sociedade”, possibilitando um avanço na missão de servir sem medo.
A história, o carisma e a metodologia das Pontifícias Obras Missionárias (POM) foi apresentado aos seminaristas pelo secretário nacional da Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM), padre André Luiz de Negreiros.
Ao destacar algumas atividades das POM, padre André ressaltou a importância dos seminaristas estarem envolvidos na animação missionária nas paróquias e comunidades, “cooperando com os organismos e instituições missionárias atuantes na diocese; favorecendo a criação dos Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas); dando apoio aos grupos de Infância e Adolescência Missionária (IAM), Juventude Missionária (JM), Famílias Missionárias (FM), Idosos e Enfermos Missionários; além de dinamizar a Campanha Missionária do mês de outubro com a novena e a coleta do Dia Mundial das Missões”.
Para um dos coordenadores do encontro, o seminarista Jecione da Silva, que cursa o 4º ano de teologia na arquidiocese de Natal, a inciativa mexeu com os participantes. Sobre o encontro, ele expressou que foi possível refletir as palavras de Francisco, “que insiste em uma Igreja mais missionária, capaz de se lançar na graça de Deus movida pelo Espírito Santo, para a saída do comodismo estrutural e ida ao encontro do povo de Deus, ou seja, daqueles que se encontram nas periferias existenciais da sociedade”, concluiu.
Jecione destacou ainda a interação entre os seminaristas, vindos de diferentes realidades. “Todos entusiasmados e com vontade de crescer na ação missionária em suas dioceses e criar os Comises em seus seminários”, concluiu.
A programação abriu espaço também para momentos culturais e uma visita aos principais pontos turísticos da capital potiguar. A cidade de Crato, no Ceará, foi escolhida para sediar o 8º Formise do Nordeste, em julho de 2016.
