Na tarde do dia 8 de abril, foi realizada na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a reunião do Grupo de Reflexão da Pastoral Afro-Brasileira. No encontro estiveram presentes militantes de diversos setores da sociedade que defendem valores culturais, sociais e políticos de afro-brasileiros. O objetivo do encontro foi organizar um novo grupo de reflexão para uma leitura das práticas, a partir do crescimento das demandas advindas das comunidades negras.
“O que queremos é valorizar a comunidade em todos os sentidos, de espiritualidade, e no sentido também de toda contribuição dada ao longo da história do Brasil desde sua formação, por nós negros, no passado e no presente”, afirmou Carlos Moura, membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, e membro do grupo de reflexão.
Na reunião, o grupo discutiu formas para que o Estado e a sociedade brasileira reconheçam a contribuição dos brasileiros descendentes de povos africanos. “É importante que o estado crie medidas em favor dessa comunidade, para que essas comunidades saiam da exclusão”, disse Carlos Moura.
Uma das medidas criadas pelo Governo é a Lei de Diretrizes e Bases 10639/03, que dá ênfase para o papel do negro na sociedade brasileira. A lei visa implementar a obrigatoriedade da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes de ensino brasileiras, o que não se restringe apenas à disciplina de história. Além disso, destaca que o Estado deve investir nos recursos efetivos e na valorização dos docentes.
“Com essa lei vamos colocar a população negra, que equivale a 51% da população, no seu lugar. Ninguém valoriza o que não conhece”, argumenta Maria Auxiliadora, coordenadora geral para a educação das relações étnico-raciais e representante do Ministério da Educação (MEC).