Imigrantes que vivem em São Paulo (bolivianos, peruanos, paraguaios, chilenos, haitianos, colombianos, italianos e representantes de países Africanos, Senegal e Moçambique) realizaram uma manifestação, no centro da cidade de São Paulo, no início da tarde deste domingo, 4, na 5ª Marcha dos Imigrantes, cujo tema foi “Por Nenhum Direito a Menos – voto já!”.
Com faixas, cartazes, bandeiras dos vários países da América Latina e a ajuda de um carro de som, entidades, associações de migrantes, ONGs, pastorais e imigrantes defenderam mudanças na Constituição Federal e no Estatuto do Estrangeiro a fim de que possam participar da vida política, como qualquer cidadão, com direito ao voto, além das seguintes bandeiras de luta: por uma nova Lei de imigração; pela ratificação da Convenção Internacional sobre proteção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e seus familiares; por uma cidadania sul-americana, com livre trânsito e direito de permanência; pelo acesso ao trabalho decente e políticas de fomento a regulamentação das microempresas; pelo combate ao trabalho escravo, tráfico de pessoas; pelo acesso à justiça gratuita e às políticas públicas de educação, saúde; entre outros.
A caminhada partiu da Praça da República, esquina com a Rua Barão de Itapetininga, centro da capital, e seguiu rumo à praça da Sé, com músicas de protesto, danças e nas paradas houve momentos de reflexão e leitura de um manifesto na calçada do viaduto do Chá, diante do prédio da prefeitura. Centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT) e UGT, enviaram seus representantes para apoiar a luta dos trabalhadores imigrantes.
“Estamos em campanha em vários locais para mostrar que o imigrante tem de sair da invisibilidade para conquistar os seus direitos. Não é só vir para o Brasil trabalhar e conquistar simplesmente um cartão de residência. Tem de buscar melhores condições de saúde, educação e o direito de voto, de cidadania completa”, disse o coordenador do Centro de Apoio aos Migrantes, Roque Pattussi. Ele afirmou que as reivindicações serão encaminhadas a representantes dos governos municipal, estadual e federal. No manifesto, os imigrantes justificaram que o momento de “crise do capitalismo e da precarização do trabalho” é oportuno para mudar o conceito da “criminalização das migrações pelo paradigma dos direitos humanos, cidadania plena e integração dos povos”.
De acordo com estimativas, há no Brasil cerca de 1,5 milhão de imigrantes; desses, vivem, em São Paulo, cerca de 250 mil bolivianos, 80 mil paraguaios e 50 mil peruanos e um número menor de pessoas vindas de outras nações. O ato faz parte das comemorações alusivas ao Dia Mundial dos Imigrantes e ao 21° aniversário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e de Suas Famílias. Também está associado ao Dia da Ação Global Contra o Racismo e Xenofobia, pelos Direitos dos Migrantes e Refugiados.
