Os maiores jornais de circulação no Brasil, como a Folha de São Paulo e O Globo, repercutiram a abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, evento eclesial que se realizará no Vaticano até o dia 27 deste mês, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
A Folha de São Paulo ressaltou em uma matéria publicada no dia seis de outubro que o fogo foi a palavra-chave da homilia feita pelo papa Francisco na missa de abertura do Sínodo para Amazônia. A publicação enfatizou que o pontífice mencionou a palavra “fogo” 13 vezes, tanto para comentar a necessidade de reacender o dom de Deus recebido pelos bispos, em referência à ação pastoral da Igreja Católica, quanto para criticar as queimadas recentes na floresta.
Na matéria, o veículo também salientou que as palavras do papa resumiram os eixos dos debates que ocorrerão nas próximas semanas entre os participantes do sínodo: como renovar as ações da Igreja na Amazônia e como lidar com as questões ambientais e socioeconômicas que afetam a população. Já sobre os povos tradicionais da região, a Folha disse que o papa criticou o colonialismo que, “em vez de oferecer o dom de Deus”, o impôs.
O jornal Carioca, o Globo, publicou no dia sete de outubro que o papa Francisco pediu respeito aos povos indígenas da Amazônia durante a primeira sessão de trabalho dos bispos que participam do Sínodo sobre a Amazônia. O veículo declarou que o pontífice disse que a sociedade moderna não deve tentar impor suas regras aos povos indígenas, mas sim respeitar sua cultura e permitir que eles planejem seu próprio futuro.
Na sequência, o veículo enfatizou que o pontífice advertiu que “as ideologias são uma arma perigosa”, e defendeu que “a colonização ideológica é muito comum hoje”. Ademais, afirmou que o papa pediu que se controlem os impulsos “de domesticar os povos originais”.
Outros veículos como o Estadão, um dos principais jornais de referência no Brasil, afirmou que dos cerca de 250 convocados pelo papa para participar do Sínodo, 58 são brasileiros. Em sua matéria, deu ênfase para o fato de que o relator-geral do Sínodo é o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Rede-Eclesial Pan-Amazônica (Repam).
Na sequência, trouxe uma entrevista com um dos cientistas que participam do evento, o climatologista Carlos Nobre, e com o padre Jesuíta norte-americano James Martin, consultor do Vaticano. Ambos defenderam a realização do evento e concordam que o momento permitirá discutir novos modelos de desenvolvimento para a Amazônia.