Lançamento da Revista do Movimento de Educação de Base (MEB) põe em pauta a Inteligência Artificial na Educação Popular

Em um encontro inspirador realizado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, o Movimento de Educação de Base (MEB) lançou na sexta-feira, 31 de outubro, a nova edição da sua Revista MEB de Educação Popular. A publicação coloca em debate o tema urgente e crucial: “A Inteligência Artificial Generativa na educação popular e digital crítica, emancipatória e para o bem comum.”

O evento de lançamento, que contou com a participação de importantes lideranças e especialistas, reafirmou o compromisso histórico do MEB com uma educação libertadora e transformadora, focada na autonomia e na cidadania. A mesa de debates foi composta por dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, irmã Delci Maria Franzen, secretária executiva do MEB, professora Tereza Silva, pesquisadora da UnB, e padre Gabriele Cipriani, membro do Conselho Editorial da Revista MEB.

Inteligência Artificial: a quem serve essa tecnologia?

A 5ª edição da revista convida educadores, pesquisadores, militantes e comunidades a uma profunda reflexão sobre os impactos da Inteligência Artificial Generativa (IAGen) na educação popular. A Revista MEB provoca o debate a partir de uma pergunta fundamental: “a quem serve essa tecnologia?”, diante da constatação de que a IA já é uma “presença cotidiana”.

O foco da publicação é duplo: analisar como essa tecnologia pode “contribuir para o bem comum” e, ao mesmo tempo, quais “riscos impõe à autonomia dos sujeitos”. A revista defende a necessidade de a IA reconhecer e valorizar os saberes e histórias dos povos tradicionais, afrodescendentes e comunidades periféricas, que correm o risco de serem invisibilizados por algoritmos que não refletem suas realidades.

Destaques e perspectivas dos convidados

O evento de lançamento, transmitido ao vivo em uma live especial, contou com a presença de personalidades que trouxeram suas visões críticas e propositivas sobre o tema.

Dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, destacou o papel da Igreja em conduzir a reflexão ética sobre as novas tecnologias, alinhando-se à posição do Papa Francisco que tem alertado para a necessidade de humanizar a IA e garantir que ela sirva à dignidade humana e à justiça social.

Para irmã Delci Maria Franzen, secretária executiva do MEB, o trabalho do movimento em estabelecer um diálogo vital entre a IAGen e a pedagogia freireana e a ecologia dos saberes é primordial, posicionando a educação popular no centro do “novo território digital”.

A professora Tereza Silva, que contribui para a revista com o artigo “Apropriação crítica da Inteligência Artificial (IA) na escrita”, compartilhou sua perspectiva sobre o uso consciente da IA, alertando para a importância de evitar a “acomodação ingênua de informações” e o “silenciamento da pessoa humana” diante da tecnologia.

Padre Gabriele Cipriani trouxe a reflexão ética do ponto de vista da Igreja, sendo o autor da resenha “A Igreja Católica e os desafios da Inteligência Artificial (IA) Generativa”, na qual aborda as declarações do Papa Francisco e de Papa Leão XIV, incentivando um discernimento moral diante dos algoritmos.

O MEB, com este lançamento, reitera seu compromisso em formar cidadãos conscientes, protagonistas de sua história e capazes de transformar o mundo, convidando à leitura como um “convite à resistência, à esperança e à construção coletiva de saberes”.

Confira o lançamento na íntegra:

 

Acesse a revista completa em: meb.org.br/revistameb

 

 

Por: MEB | Fotos: Fiama Tonhá

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