Nesta quinta-feira, 8 de outubro, é celebrado o Dia do Nascituro, o ser humano concebido, ainda em gestação e que está na expectativa de nascer. A data conclui as atividades da Semana Nacional da Vida (1º a 7 de outubro), instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2005. Para celebrar este dia e encerrar nacionalmente as atividades realizadas em todo o país, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB realiza uma live, a partir das 20h, nas redes sociais da Comissão Nacional da Pastoral Familiar. Participa da live o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Durante o evento online, serão partilhadas experiências concretas de cuidado com a vida, a partir do tema escolhido para este ano “Vida: dom e compromisso”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade. São casas pró-vida que acolhem gestantes em situação de vulnerabilidade, casas de recuperação de dependentes químicos, centro de acolhida de migrantes e famílias que se dispõem a cuidar com alegria de seus idosos e enfermos.
Participação dos bispos
Os bispos da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB (dom Ricardo Hoepers, dom Bruno Elizeu Versari e dom Armando Martín Gutiérrez) conversarão durante a live com dom Walmor Oliveira de Azevedo sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil, assinado pela CNBB em abril deste ano. Para o presidente da CNBB, o Pacto coloca a Igreja diante de uma “grande tarefa no coração da nossa sociedade brasileira”, a de “contribuir com a configuração de um novo tecido social humanitário”. O bate-papo será mediado pelo assessor da Comissão Vida e Família, padre Crispim Guimarães dos Santos.
Direito à vida
O Dia do Nascituro é uma data que reforça à sociedade brasileira o direito fundamental à inviolabilidade da vida humana, de modo especial, desde a concepção. É neste contexto que são realizadas diversas iniciativas em defesa da vida e contra o aborto.
Para dom Ricardo Hoepers, o Dia do Nascituro é uma conquista da sociedade brasileira e é também “o grande momento de dizermos ‘obrigado, Senhor pela vida, por este grande milagre que acontece em cada ser humano que vem à existência'”. Dom, mas também compromisso, a vida exige a defesa do nascituro no momento frágil em que é gestado: “muitas vezes a criança no ventre materno corre perigo”.
“Nós somos totalmente contra o aborto. Nós defendemos a vida desde a concepção e durante toda a gestação entendendo que ali é uma vida que tem direito a nascer. Entendemos claramente a necessidade de promover este direito fundamental que é o direito de nascer, o direito que abre as portas para todos os demais direitos”, ressalta dom Ricardo.
O bispo também recorda das inúmeras propostas e testemunhos de que é possível cuidar da vida desde a concepção, são ações pastorais da Igreja que enriquecem o ensinamento moral contido no magistério. Essas ações – algumas delas que serão mostradas durante a live de encerramento da Semana da Vida – são as casas pró-vida, o Projeto Esperança para mulheres que abortaram e sofrem com as consequências do pós-aborto, iniciativas de cuidados paliativos, entre outros.
Defesa do nascituro no magistério recente
O Papa, em seus documentos, enriqueceu os ensinamentos da Igreja com mais reflexões em favor da vida. Na Evangelii Gaudium, afirmou que os nascituros estão entre os “seres frágeis de que a Igreja quer cuidar com predileção”, são eles “os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir”.
O Papa também lamenta a forma como setores da sociedade veem a defesa do nascituro por parte da Igreja: “Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e, no entanto, essa defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento” (EG, 213).