Membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil), rede eclesial da Igreja Católica na Amazônia Legal, estiveram reunidos nesta sexta-feira, 13, com a presidência da CNBB, em sua sede, em Brasília (DF). O bispo de Roraima e presidente da Repam-Brasil, dom Evaristo Pascoal Spengler, relatou que a reunião trouxe a oportunidade de explicar aos membros da presidência da CNBB sobre a abrangência da Rede e o seu planejamento para os próximos cinco anos.
“Importante é ressaltar que a Repam foi fundada aqui na CNBB, então ela é um desdobramento da CNBB e ocupa-se de um território que equivale a 61% do território brasileiro. Tem 58 circunscrições eclesiásticas entre prelazias, dioceses e arquidioceses”, disse.
Dom Evaristo contextualizou que a Rede tem por objetivo promover a vida, por meio do cuidado dos povos, territórios e ecossistemas amazônicos, por meio de uma atuação socioeclesial articulada em rede. Além disso, relatou à presidência da CNBB o crescimento da Rede por todo o país, por meio da criação de comitês nas dioceses, nos regionais ou articulações locais e regionais.
“Isso significa que nós temos mais interlocutores e mais pessoas trabalhando no próprio território”, disse. A proposta, segundo o presidente da Repam, é fazer um planejamento para os próximos 5 anos, levando em conta a escuta de todos os territórios e suas articulações.
“Com a CNBB queremos fazer um contato mais periódico mostrando as iniciativas, com uma agenda comum e, quem sabe, poder fazer um trabalho conjunto com os outros organismos da Igreja, que também tem atuação na Amazônia, como a Conferência Eclesial para a Amazônia”, salientou.
Por fim, dom Evaristo disse que convidou a presidência da CNBB a visitar periodicamente a Amazônia. “O Papa Francisco tem colocado a Amazônia no centro. A Amazônia que está na periferia, ele trouxe para o centro, e queremos cada vez mais continuar, então, buscando caminhos, conjuntos com a Igreja do Brasil”.
COP 30
Irmã Maria Irene Lopes, secretária executiva da Repam-Brasil, também participou da reunião e destacou o triunfo que a Igreja na Amazônia tem de conseguir reunir membros para traçar metas e, sobretudo, celebrar os momentos de alegria. Isso porque além dos 10 anos da Repam foi celebrado também o 5º encontro da Igreja na Amazônia Legal, evento que reuniu mais de 60 bispos, em agosto, em Manaus.
“Acredito que celebrar também esses dez anos é poder celebrar toda essa história que a Igreja na Amazônia tem feito e não só no Brasil mas também a nível pan-amazônico”, completou.
Outro processo no qual a Repam está envolvida é na mobilização da Conferência das Partes, a COP 30, evento climático liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde governos, cientistas e membros da sociedade civil se reúnem para buscar soluções para a crise climática e que, de forma inédita, em 2025, será realizada no Brasil, em Belém, Pará.
“É um momento de muito trabalho, mas também de muita esperança de preparação dos povos. A gente sabe que a COP é só celebração e não vai valer tanto a pena se a gente não preparar os povos, não preparar o território antes, e também pensar ações para depois”, disse irmã Irene.
Por Larissa Carvalho